Cerca de seis mil hectares de área ardida num incêndio já dominado, mas que ainda promete dar muito trabalho, com a Câmara de Oleiros a prever um prejuízo de sete milhões de euros. O fogo que deflagrou no sábado em Oleiros, distrito de Castelo Branco – e alastrou a Proença-a-Nova e Sertã – foi dominado esta segunda-feira de manhã, mais concretamente às 8 horas, mas os operacionais mantêm-se no terreno para qualquer risco de reativações.
"O incêndio que teve início na tarde de sábado, a esta hora, está dominado. Ainda assim, todo o efetivo mobilizado está no terreno em trabalhos de consolidação. Ainda há muito trabalho pela frente", afirmou o comandante operacional de Agrupamento Distrital do Centro Sul, Luís Belo Costa, em conferência de imprensa.
O responsável explicou ainda que se trata de uma área vasta, "extremamente grande e complexa", o que obriga a uma maior atenção por parte dos operacionais que se encontram no terreno.
"A ocorrência carece ainda de muita atenção sobretudo nas zonas onde ficou dominado mais tarde, nas frentes viradas para os concelhos de Proença-a-Nova e Castelo Branco. É natural que haja algumas reativações ao longo das próximas horas", ressalvou o comandante, explicando ainda que "não há nenhuma aldeia em risco".
"Não há nenhuma frente viva, todas as situações deste género estão asseguradas, não há nada em risco", assegurou.
Na mesma conferência de imprensa, o vice-presidente da Câmara de Oleiros, Vítor Antunes, esclareceu, no entanto, que três pessoas foram retiradas por precaução das suas casas, na aldeia do Pedintal, em Oleiros. "Um casal foi retirado por precaução, até um pouco contra a sua vontade, para o local que tínhamos preparado com condições para as pessoas que viessem a necessitar disso", acrescentou.
Em 2003, recorde-se, o concelho de Oleiros perdeu 70% da floresta devido a um grande incêndio que provocou na altura a morte a duas pessoas e destruiu cerca de 20 casas. Quase 20 anos depois, o moradores de Oleiros vivem o mesmo cenário: uma pessoa morreu este sábado e sete ficaram feridas.
Duas máquinas de rasto enviadas pelo Exército. De acordo com um comunicado do Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA), o Exército enviou esta segunda-feira duas máquinas de rasto para Oleiros, com o objetivo de ajudar os operacionais no terreno a abrir caminhos para combater o fogo.
Uma ajuda importante para esta altura crítica de incêndios, uma vez que Portugal se encontra em estado de alerta até esta terça-feira. Esta situação em todo o território continental vigora entre as 00h00 desta segunda-feira e as 23:59 de terça-feira e foi anunciada pelo Governo no domingo à tarde.
"Esta declaração decorre da necessidade de adotar medidas preventivas e especiais de reação face ao risco de incêndio máximo e muito elevado previsto pelo IPMA [Instituto Português do Mar e da Atmosfera] na maioria dos concelhos do continente nos próximos dias”, sublinharam os ministros da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes.