A captação, aquisição e manutenção de talento deve ser uma preocupação central de qualquer rede empresarial, para que se possa renovar a sua estrutura, e assim manter ou melhorar a sua competitividade no mercado.
Num primeiro momento, cada indivíduo deve assumir a responsabilidade da sua formação, expondo-se a uma variedade de experiências que lhe permita perceber o grau de vantagem que possui numa qualquer tarefa. Consequentemente, é possível identificar quais as suas capacidades diferenciadoras e que, por assim o serem, são mais valorizas no mercado de trabalho. É do interesse de um qualquer jovem trabalhador enquadrar-se com oportunidades que o exponham à necessidade de recurso às suas capacidades e vantagens competitivas, tornando-se comparativamente mais eficiente e capaz.
Num segundo momento, e perspetivando justiça como sendo a disponibilização de recursos e oportunidades que os permitam desenvolver os seus dons, julgo ser responsabilidade das empresas disponibilizarem oportunidades aos talentosos jovens para brilhar, num espaço adequado para as funções e competências pelas quais foi recrutado.
Sou da opinião de que uma árvore, para que dê fruto, requer tanto que a sua origem, qualquer que seja, detenha a capacidade de germinar saudavelmente, como que o solo e as restantes condições do meio sejam adequadas.
Não penso que uma boa estratégia de captação e aquisição de recursos humanos capazes passe pela transmissão de uma ideia irrealista da organização, dado que não penso que seja frutífero plantar boas sementes num terreno seco. Também sou da opinião de que de nada valem boas sementes se as condições climatéricas não forem propícias ao crescimento da estirpe em questão. Muito menos acho que o aproveitamento de talento implique a exposição a uma pressão tal que, com pouca experiência, se veja forçado a adaptar e crescer. Quero com isto dizer que uma qualquer árvore ou fruto não pode crescer saudavelmente, mesmo se de boas sementes e condições da envolvente, se for demasiado instigado e forçado a crescer, sob stress, e tornar-se talvez um fruto, sim, mas sem sumo ou nutrientes.
Já a retenção de talento implica a arte de combinar e alinhar os objetivos e necessidades de ambas as partes. Manter talento implica recompensá-lo de tal forma que se sinta motivado a permanecer, oferecer-lhe oportunidade de crescer e evoluir, contribuindo de forma variada para a empresa. Por esse motivo, manter talento apenas faz sentido quando é assegurada a satisfação e motivação de um qualquer colaborador, por forma a que seja um fator de acréscimo de valor para a empresa.
Ser dono de um jardim com frutos apetecíveis significa ser dono da responsabilidade de contribuir para a formação, desenvolvimento do país e daqueles que o povoarão e liderarão no futuro. Talento é a força vital de um qualquer sistema e motor que depende do crescimento como o é a economia, ambos assentes na confiança entre os seus indivíduos e para com a materialização das suas melhores capacidades.