O Governo e a Direção-Geral da Saúde (DGS) realizaram, esta segunda-feira, a primeira das três conferências semanais agendadas, na qual estiveram presentes o secretário de Estado da Saúde, António Sales, e Rui Portugal, sub-diretor-geral da Saúde.
O secretário-geral da Saúde começou por dizer que, tanto o Executivo, como a autoridade de saúde, "têm analisado os números sempre com a maior cautela, sem euforias desmedidas quando a situação aparenta estar mais controlada, nem negativismos exacerbados quando as coisas não correm como gostaríamos". António Sales afirmou ainda que era com “o memso espírito de humildade” que hoje os organismos olhavam para a situação epidemiológica de Portugal, que, nas últimas 24 horas, não registou nenhum óbito relacionado com a covid-19.
"Tem sido muito difícil nestes últimos tempos. Queria dizer que estamos muito felizes em que isto tenha acontecido”, afirmou o governante, que estava emocionado com a inexistência de mortes relacionadas com a doença, algo que não se registava desde o dia 16 de março. António Sales alertou no entanto que, de um momento para o outro, “a situação se pode inverter” e que, por isso, os organismos olham para estes resultados com “cautela” e “humildade”. “São muitos meses a anunciar mortes”, afirmou António Sales, depois de ter sido questionado sobre qual a razão de se ter emocionado.
Durante a conferência de imprensa, o governante disse que não era verdade que as autoridades queriam testar menos, explicando que – muito pelo contrário – o Governo queria duplicar a capacidade de testagem e rede laboratorial. "Se queremos passar dos 12 mil testes diários para 24, 25 mil testes diários é porque queremos testar mais", reforçou.
Reforçando que a publicação da norma publicada no dia 24 de julho – e que muita controvérsia tem gerado – veio "clarificar e normatizar os procedimentos que já eram os do terreno", o governante explicou a publicação da norma em “nada se altera" o número de testes realizados. Recorde-se que na norma em questão está previsto que fazer teste de diagnóstico aos contactos mais próximos – de alto risco – fica ao critério das autoridades de Saúde, sendo também a realização destes testes especialmente reservadas para infeções em surtos, aglomerados ou coabitantes.
Numa nota enviada às redações, a DGS desmentiu “categoricamente”, no sábado, a redução de testes realizados aos contactos próximo, negando que estejam a ser “violadas quaisquer indicações da OMS”, uma acusação feita por vários especialistas.
"Não é verdade o que ouvi durante o fim de semana que deixava de ser obrigatória a realização de testes de diagnóstico em contexto de alto risco, porque essa avaliação sempre foi feita pela estratificação do risco e de acordo com a decisão das autoridades de saúde", afirmou.
No que diz respeito aos profissionais de saúde infetados, e reportando a 30 de julho, o total acumulado de profissionais de saúde infetados é de 4.195. Destas mais de quatro mil pessoas, 553 médicos, 1.289 enfermeiros, 1.227 assistentes operacionais, 166 assistentes técnicos, 129 técnicos superiores de diagnóstico e tratamento e outros profissionais. Terão recuperado, segundo os dados revelados durante a conferência, 3.559 pessoas.
Também na conferência de imprensa esteve presente o delegado de saúde de Lisboa, e agora subdiretor-geral da Saúde, Rui Portugal, que explicou que aos contactos próximos dos casos confirmados é emitido um certificado de isolamento profilático pela autoridade de saúde. Este documento garante, em relação à Segurança Social, que seja atribuído um rendimento através do Governo e da Segurança Social.
"Este é provavelmente o instrumento mais forte que temos na sociedade portuguesa em relação ao combate à pandemia", sublinhou, acrescentando que, no que diz respeito à Área Metropolitana de Lisboa, tem vindo a acontecer um “esforço por parte dos municípios” em criar capacidade condições, garantindo alimentação e rendimento base.