Um dos maus genros veio propor-me que apoiasse o Noronha Lopes na candidatura à presidência do Benfica. Ele é benfiquista como eu, e acha o Noronha Lopes o ideal para recuperar o clube destes maus tempos. Não é que Vieira tenha sido completamente mau, mas tudo indica que se esgotou, e não é capaz de sair a tempo pelo seu pé. Parece que só homens excepcionais, ou muito democratas, o fazem.
Eu não sou sócio do Benfica, nem voto. Mas o clube, para nós, é uma questão de família. Cosme Damião, o fundador (e ex-jogador, e ex-treinador, e ex-presidente) era meu tio-avô direito, irmão da minha avó paterna, e o meu pai seria não só seu afilhado, como o sobrinho preferido. Suponho mesmo que o seu primeiro carro lhe foi dado pelo tio Cosme, que não teve filhos. Só adoptou a filha única de uma viúva com quem casou, a minha tia Milú, que no entanto sempre usou os apelidos do seu pai verdadeiro (não o de Damião).
A minha prima, filha dela, morreu também muito cedo (talvez há um ano), mas suponho que foi sempre de outro clube, pois o seu pai, o meu tio João da Silva Rocha (que me levou várias vezes ao futebol), era médico da Selecção Nacional e do Belenenses.
Só como sobrinho de Cosme Damião, e como benfiquista como questão de família (de qualquer modo entusiasta), apoio naturalmente o Noronha Lopes. O qual não conheço muito bem, (embora faça fé no que diz o meu genro benfiquista), mas conheço melhor, de Évora, os pais dele, que muito estimo.
De qualquer modo vi que, entre os seus apoiantes, figura o Ricardo Araújo Pereira, que muito admiro. E aqui estou eu, para lhe dar a força possível. Lá que o Benfica precisa de uma grande mudança, isso precisa. E está na hora.