A direção do lar de Reguengos de Monsaraz, onde surgiu o surto de covid-19 que levou à morte de 18 pessoas, emitiu um comunicado, esta terça-feira, em que garante ter feito “tudo o que estava ao seu alcance” para "salvar vidas", naquela que é uma "crise de saúde pública” que assumiu "contornos dramáticos".
Na nota, a Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva (FMIVPS), que detém a Estrutura Residencial para Pessoas Idosas (ERPI), garante que fez "tudo o que estava ao seu alcance e dentro das suas competências, com a ajuda de várias dezenas de instituições e pessoas que, ao nosso lado, lutaram para salvar vidas humanas, numa crise de saúde pública que assumiu contornos absolutamente dramáticos".
A fundação refere ainda que a partir do momento em que foi detetado o primeiro caso de covid-19 no lar, a 18 de junho, foram seguidas todas as instruções dadas pelas autoridades de Saúde.
"A partir da eclosão do surto, todas as decisões que envolveram os utentes desta resposta social respeitaram integralmente as instruções técnicas da Autoridade de Saúde Pública (ASP) e restantes autoridades de saúde e Segurança Social, neste último caso enquanto entidade tutelar", lê-se no comunicado emitido pelo conselho de administração da FMIVPS, órgão presidido por José Calixto, o também presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz e Autoridade Municipal de Proteção Civil.
Recorde-se que uma investigação da Ordem dos Médicos concluiu que o lar de Reguengos de Monsaraz não cumpriu com as normas da Direção-Geral da Saúde para evitar a propagação do novo coronavírus. A Procuradoria-Geral da República confirmou ao SOL que o DIAP de Évora, que no início de julho tinha indicado estar a averiguar o surto de Reguengos de Monsaraz, abriu entretanto um inquérito ao caso. Este comunicado da Fundação é a primeira informação pública que a instituição presta desde a auditoria da Ordem dos Médicos.