Depois de ter tirado uma fotografia com o líder do Chega, após um espetáculo musical no comício do partido, em Leiria, o cantor Olavo Bilac quis defender-se das acusações de que foi alvo nas redes sociais, explicando que não tem qualquer tipo de relação política ou afetiva com o partido. A imagem gerou várias críticas, mas também houve quem saísse em defesa do cantor, como foi o caso de Manuel Luís Goucha. No entanto, a polémica parece não ficar por aqui.
João Tilly, representante do Chega e cabeça-de-lista em Viseu, publicou um vídeo no mesmo dia em que Olavo Bilac tornou público o seu pedido de desculpas. Tilly explica que foi o próprio que produziu parte do espetáculo e falou pessoalmente com o músico. “Eu estive a falar com ele, trocámos impressões, chegámos a acordo sobre o que ele devia fazer, ia cantar duas músicas”, começou por explicar.
Depois de realçar que considerou o cantor “extremamente acessível, humilde” e “nada pomposo”, o membro do Chega, que diz que no final do espetáculo Olavo agradeceu a Ventura, não percebe o porquê de este ter pedido desculpa.
"Eu não percebo como é que ele agora vem para as redes sociais dizer que se enganou e a pedir desculpa às pessoas? Desculpa de quê? Mas ele é maluquinho?”, questionou. “Ele pede desculpa porquê? (…) Se ele fosse contratado pelo Bloco de Esquerda, ou pelo partido comunista para a Festa do Avante também pedia desculpa? (…) Mas ele cometeu algum crime?”, acrescentou, defendendo que o Chega é um partido como os outros.
“Meu caro, isso foi uma infantilidade muito grande”, considerou Tilly. "Os músicos fazem música, não devem fazer política", acrescentou.
“Vai-me desculpar, Olavo Bilac, eu percebo a pressão a que está sujeito (…) Isso é de gente que não bate bem da bola”, rematou.
De realçar que, em reação ao i, Ventura considerou que o cantor cedeu a pressões e falou mesmo em falta de “coragem”. “Estava enganado. Pensei que o Olavo Bilac tinha coragem, mas afinal não. Cedeu às pressões da indústria musical e do politicamente correto que envolve todos os outros setores de atividade. Um artista que se diz livre não despreza o público para o qual atuou e que o aplaudiu. Para nós, nada de novo, já sabemos que temos de lutar contra todos os tentáculos do sistema instalado”, começou por sublinhar, esperando ainda que esta situação não afete a relação do mundo da música com o partido. “Esperemos que os artistas não comecem a ser pressionados ou a ter medo de atuar em eventos do Chega”, atirou.