Na conferência de imprensa desta segunda-feira, Graça Freitas foi questionado sobre a existência de um surto de covid-19 em Mora, que confirmou. “Há, de facto, um surto em Mora. É um surto complexo porque tem mais de 300 pessoas potencialmente envolvidas. A maior parte já foi testada”, garantiu a diretora-geral da Saúde, explicando que a origem deste surto ainda está sob investigação e que, até agora, foram identificados 40 casos positivos.
A responsável revelou ainda que há um novo surto, em Montemor-o-Novo, que “aparentemente está relacionado” com o surto de Mora, e onde já foram identificados 24 casos de covid-19. Graça Freitas sublinhou, no entanto, que “só quando as investigações terminarem” é que poderão ser reconstituídas as cadeias de transmissão e revelou ainda que já foram realizados 225 testes no foco localizado na freguesia de Ciborro, em Montemor-o-Novo.
Graça Freitas foi ainda questionada sobre se tinha lido o relatório da Ordem dos Médicos acerca do surto em Reguengos de Monsaraz. “Faz parte das nossas obrigações ler os relatórios que nos chegam, tirar ensinamentos e fazer comentários e acrescentos porque nenhum relatório é completamente exaustivo”, respondeu.
Também António Sales garantiu ter lido o documento em causa, acrescentando que o objetivo das análises desses documentos é que “saia um caminho para a melhoria da proteção destas faixas mais vulneráveis”, referindo-se aos utentes lares. A questão foi colocada depois de a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, ter, numa entrevista publicada este sábado no Expresso, admitido que não tinha lido o relatório em questão.
O secretário de Estado de Saúde revelou ainda que a app STAYAWAY COVID – a aplicação de rastreamento da covid-19 – se encontra “na fase piloto com dois sistemas operativos, que tem decorrido de acordo com o esperado”. Segundo revelou o responsável, os testes de segurança da app tiveram início esta segunda-feira e deverão demorar cerca de duas semanas. O responsável garantiu ainda que o SNS24 “tem toda a informação necessária para dar respostas relativamente à aplicação e garantir o seu encaminhamento em caso de necessidade”.
Quanto ao rastreamento da doença nos lares, António Sales garantiu que a situação “continua a ser acompanhada pelo Ministério da Saúde com atenção” e que a tendência é de diminuição nos estabelecimentos.
“Temos hoje 70 estruturas residenciais para idosos com casos de infecção por SARS-CoV-2, ou seja, menos de 3% num universo total, com 542 utentes e 207 funcionários positivos. O que podemos garantir é que a experiência tem levado a melhorias”, afirmou, garantindo que, no Alentejo, 261 de 283 lares e que foram “elaborados relatórios com as inconformidades detectadas”. Esta situação verifica-se, segundo o responsável, no resto do país, tendo estes estabelecimentos sido visitados por “autoridades de Saúde e da Protecção Civil para verificar a implementação das medidas”.