Pais e encarregados de educação queixam-se de falta de informação sobre regresso às aulas

No arranque do novo ano letivo, todos os alunos terão aulas presenciais mas cada escola irá tomar medidas concretas. 

Pais e encarregados de educação reagiram, esta quarta-feira, à falta de informações concretas sobre como irá funcionar o próximo ano letivo, que irá começar entre os dias 14 e 17 de setembro. “Sabemos que será o regresso ao ensino presencial, o que saudamos, mas desconhecemos como serão implementadas as medidas, sendo que precisamos de organizar a nossa vida e garantir que conseguimos conciliar a vida familiar com a profissional”, lamentou Jorge Ascenção, presidente da Federação Nacional das Associações de Pais (Confap), citado pela Lusa. 

O líder sublinha que o regresso às aulas “não é um problema exclusivo das escolas, mas também das famílias" que tem que lidar com uma nova realidade provocada pelo aparecimento do novo coronavírus. “Ainda não há muita informação e era importante que as famílias estivessem envolvidas neste processo, porque este não é um problema exclusivo das escolas. São medidas que devem ser do conhecimento das famílias para que se organizem em concordância”, alertou.

No arranque do novo ano letivo, todos os alunos terão aulas presenciais mas cada escola irá tomar medidas concretas. Caso a situação epidemiológica do país ou da região piore, as autoridades de saúde portuguesas poderão optar pelo ensino misto – aulas presenciais e online – algo que assusta os encarregados de educação. "Na eventualidade de haver confinamento profilático, é preciso conhecer as medidas de apoio às famílias para que os filhos não fiquem abandonados", alertou Jorge Ascenção. 

Algumas escolas optaram por dividir as turmas ou fazer horários com turnos de manhã ou durante a tarde, logo, é necessário pensar em soluções para as crianças não ficarem sozinhas enquanto os seus encarregados de educação estão a trabalhar. "As crianças não podem ficar sozinhas, as famílias não poderão abandonar os seus trabalhos, a maioria trabalha todo o dia, pelo que a solução tem de surgir do coletivo e em parceria com a rede local", disse.

O líder da Confap destacou ainda a importância de garantir o apoio aos alunos de educação especial e sublinha que a situação o ano passado "foi muito complicada" quando todos os alunos foram enviados para casa. "Têm de ser acauteladas condições para que os alunos continuem a receber os apoios que precisam e a estar com os seus terapeutas. Telefonar para casa não é a mesma coisa que dar o acompanhamento que realmente precisam", afirmou.