Depois de ter sido anunciado ontem o primeiro caso de reinfeção por covid-19, foram reveladas, esta terça-feira, mais duas situações semelhantes. Enquanto o primeiro caso foi confirmado em Hong-Kong, o segundo e terceiro terão ocorrido na Holanda e na Bélgica.
Marion Koopmans, assessora da Organização Mundial de Saúde (OMS), confirmou hoje que o doente holandês que contraiu a doença pela segunda vez é um idoso com um sistema imunológico “deteriorado”. Apesar de se recusar a dar pormenores sobre o infetado, a especialista admite que esta situação vai ao encontro das expectativas científicas sobre a possível ocorrência de reinfeções.
O virologista Pedro Simas já tinha também referido em declarações ao i que "o papel que a reinfeção tem, em princípio, não é problemático".
Relativamente ao caso belga, o governo do país informou que se tratava de uma mulher que, apesar de ter superado o novo coronavírus, teve uma recaída. Marc Van Ranst, o virologista e assessor para a área da saúde, declarou que, depois de análises feitas à paciente, se podia afirmar que o vírus pertencia a uma nova estirpe. Apesar de a evolução estar a acontecer de forma bastante positiva, Van Ranst mostra-se preocupado sendo que acreditava que “o tempo entre (potenciais) infeções fosse mais amplo”.
Quando foi ontem anunciado o caso do homem de Hong-Kong que tinha sido reinfetado pelo novo coronavírus, acreditava-se que era por este ser um “portador persistente” e que o vírus nunca tinha saído do seu organismo. No entanto, chegou-se à conclusão de que, tal como a mulher belga, ele estava infetado com uma nova estirpe.
O Organização Mundial de Saúde lembra, porém, que esta é uma situação rara e apesar de receberem “relatos anedóticos” de pessoas que fazem testes que dão negativo e depois positivo não é claro se o problema não é com o teste em si, declarou Margaret Harris, porta-voz da OMS.