Galpgate. Galp e os seus quadros pagam injunção e evitam julgamento

Os titulares de cargos públicos envolvidos no caso já tinham utilizado este expediente para evitar ida a tribunal. Escária pagou 1200 euros. 

O processo conhecido como Galpgate foi suspenso e já não irá a julgamento, adiantou, esta terça-feira, o Observador. Tal como já havia acontecido com os titulares de cargos públicos, agora foi a vez de a Galp e os seus quadros, acusados do crime de recebimento indevido de vantagem, verem o processo suspenso por seis meses. Se nenhum dos envolvidos cometer crimes durante este período de suspensão, bastará pagarem uma injunção ao Estado para deixarem de ser arguidos e o processo ficar por aqui. Fonte oficial da Galp, citada pelo jornal, confirmou que este desfecho “corresponde à conclusão natural do processo”. 

Recorde-se que o caso Galpgate surge depois de políticos e titulares de cargos públicos terem recebido convites da Galp para assistirem a jogos do Euro 2016 de futebol, em França. Os políticos e titulares de cargos públicos já tinham recorrido a este expediente para evitar a ida a julgamento. Foi o que sucedeu com Vítor Escária que, em 2017, era assessor económico do primeiro-ministro, António Costa (funções que já tinha assumido com José Sócrates), quando se viu forçado a demitir-se antes de ser constituído arguido no caso. No início do ano, Escária viu o processo ser suspenso. Após o período de seis meses (que terminou em julho) pagou uma injunção ao Estado no valor de 1200 euros. Menos de um mês depois, foi nomeado chefe de gabinete de António Costa.
O Ministério Público pretendia levar a petrolífera e o administrador Miguel Costa Pina a julgamento mas, agora, terá recuado. Desta forma, suspende-se o processo para duas empresas da Galp (Galp Energia SGPS e Galp SA) e nove quadros.