O Conselho da Europa solicitou, esta quinta-feira, que Espanha termine as “condições precárias” em que recebe os imigrantes no enclave norte-africano de Melilla, ao acolher cerca de 500 pessoas na praça de touros.
Numa carta dirigida ao Governo espanhol, a comissária para os Direitos Humanos do Conselho da Europa justifica que a praça de touros "não é adequada para o acolhimento e estadia prolongada de imigrantes e requerentes de asilo".
Dunja Mijativic explicou ainda que, segundo o relatório que recebeu, há acesso limitado a duches e casas de banho, não existem produtos de higiene suficientes e existe ainda uma sobrelotação “grave que torna difícil respeitar as medidas de distanciamento social" necessárias no combate à covid-19.
Segundo escreve a responsável, existem "lutas, roubos e alegações de uso excessivo da força" contra o pessoal de segurança.
Sublinhando estar “consciente” da dificuldade que é acolher migrantes ao mesmo tempo que se luta contra a pandemia, explica ainda que "a situação atual na praça de touros não parece adequada do ponto de vista dos direitos humanos".
A cidade de Melilla e o enclave espanhol de Ceuta, no norte de África, são as únicas fronteiras terrestres entre África e Europa, e estão temporariamente fechadas devido à pandemia.