A secretária de Estado Adjunta e da Saúde abriu a conferência de imprensa desta sexta-feira com o tema da taxa de positividade, critério que o Governo britânico priorizou na análise dos países a manter na lista segura – e na qual, devido aos resultados de 1,6% esta semana, se manteve.
Jamila Madeira explicou que agosto foi o mês que “apresentou uma taxa de positividade mais baixa desde o início da pandemia: 2,8% do total de testes realizados", acrescentando, no entanto, que o aumento do número de casos dos últimos dias “merece naturalmente preocupação”. Pelo segundo dia consecutivo Portugal apresentou mais de 400 novos casos, algo que não acontecia há dois meses.
A responsável lembrou, no entanto, que todos os surtos continuam “bem identificados”. "Podemos afirmar hoje que todo o país está mais bem preparado, mais focado no que é preciso fazer", afirmou.
Jamila Madeira anunciou ainda que já quase 500 mil pessoas descarregaram a StayAway Covid, aplicação de rastreamento da doença, disponibilizada esta semana, e desenvolvidade pelo INESC TEC.
Foi ainda anunciado que o Governo já adquiriu 100 mil doses da vacina da gripe, e que a vacinação será feita mais cedo do que nos outros casos. A vacina será este ano gratuita para grávidas.
Já a diretora geral da Saúde, também presente na conferência, esclareceu que as novas orientações para isolamento de crianças em instituições serão dadas “muito brevemente”.
"Uma vez que, com o início das aulas, a comunidade para onde estas crianças vai é aberta ao exterior, as crianças vão ficar isentas de fazer qualquer tipo de quarentena, uma vez que vão entrar e sair da instituição, como qualquer outra pessoa", explicou.
Questionada sobre a possibilidade de as escolas puderem vir a encerrar devido a uma eventual propagação da doença – como aconteceu em França, onde pelo menos 22 escolas fecharam portas na primeira semana de aulas –, Graça Freitas afirmou que as regras em Portugal são distintas do protocolo em França – onde as escolas são obrigadas a fechar portas após a deteção de três casos de covid-19.
“Neste momento, a orientação geral é sermos muito focados, muito cirúrgicos, haver uma atuação muito rápida, um fluxo de comunicação muito grande (…) para permitir encontrar quem são os contactos próximos de cada caso". "A nossa ação será tão focada e tão proporcional quanto possível" com o objetivo de "fechar o menos possível", explicou, ressalvando que em situações extremas os estabelecimentos de ensino poderão ser encerrados, o que "não implica interrupção obrigatória do ano letivo", mas uma alteração do ensino presencial para outro.