O que acontece em caso de existir uma epidemia? Não se torna uma sociedade ativa para tentar erradica-la de forma a não ficarmos todos doentes? A violência doméstica é uma epidemia que assola o nosso país há demasiado tempo! E cada cidadão e cidadã tem a vantagem de poder ser ativo e ajudar a combater este flagelo, protegendo os nossos valores mais importantes e aqueles que vão passar para as próximas gerações: os valores familiares!
Quando foi criada a petição para que as crianças que assistem a situações de violência doméstica contra os seus progenitores, fossem consideradas vítimas, tive como principal objetivo juntar artistas, escritores, políticos e juristas com o propósito de criar uma consciência ativa de toda a sociedade portuguesa. Através deles, chegámos não a uma pessoa mas a 49 mil pessoas. E esse era o meu principal objetivo, através de uma única pessoa, puxar a consciência dos outros, para que possamos ser todos participantes e não meros espetadores de atos escabrosos e transforma-los em ações do bem, de mudança e de justiça!
Não é razoável, nem devia ser permitido, numa sociedade dita moderna, que o comportamento dos seus cidadãos e cidadãs seja de passividade, perante ameaças, agressões e homicídios em contexto doméstico! Mesmo que não seja nada com ‘eles’! O não ser nada com ‘eles’, é mais do que eles, é um assunto do país, um reflexo do mesmo. Jamais, poderá ser permitida a inércia, a apatia e a inatividade. E é através da consciência coletiva, em que se for necessário agir, através da formação e educação, mas também da exigência perante o Estado em fazer melhor, que devemos enquanto pessoas merecedoras de direitos tomar posições, juntos!
E é assim que podemos ver e assistir ao impacto do nosso ativismo, da nossa força e consistência enquanto um grupo de pessoas que se esforçam por um país melhor, que assenta os seus pilares na palavra democracia, ou então não estamos a fazer o uso correto da palavra e da sua aplicação.
No entanto, esta consciência deve ser utilizada sempre e a favor dos direitos e garantias de cada cidadão! E não deve ser utilizada de ânimo leve. Deve ser utilizada com inteligência, sabedoria e perseverança. Os clichês por vezes são necessários, e neste caso este faz todo o sentido: ‘A união faz a força!’. Aqui vou ousar modificar a frase dizendo: A união não só faz a força como faz toda a diferença! Ousemos então ser fortes e fazer a diferença todos juntos! Por uma causa de cada vez! Com uma pessoa de cada vez! Com uma voz de cada vez! Que as vozes se multipliquem, até que nos seja difícil contá-las. Até que não seja necessário! Até que a injustiça baste para as ruas se encherem, as palavras se espalharem como pólvora e se incendiarem como uma ‘chama ativa’ por todos os direitos que ficaram entre os perdidos e achados! Nós somos a voz e o reflexo do nosso país!