O rei dos “animais”, e as crianças?

Que raio de país é este em que vivemos? Já não é uma questão valores, porque esses, temo que os tenhamos perdido algures por aí, é uma questão de que alguém tem de proteger as crianças! E acreditem, eu não estou sozinha nesta luta!

Para meu espanto fiquei a saber que o juiz Joaquim Silva, é o único juiz a exercer funções no tribunal de família e menores da comarca de Mafra! E não me venham com a desculpa de ser uma comarca pequena! Se isto não é um flagrante escândalo e atentado para a vida de milhares de crianças, então não sei o que será! Ora bem, temos um juiz que foi denunciado por más práticas, frequência de uma casa de prostituição, e de enquanto lhe estavam a ser praticados actos sexuais, visualizar vídeos de menores para “seu prazer”. Todos nós, estamos inocentes até prova em contrário. No entanto, acho que devia existir aqui alguma ponderação.

Primeiro, pelo cargo que ocupa. Segundo, pelos relatos de muitas mães que denunciam os seus comportamentos como “abusivos” e “destruidores” para a vida dos seus filhos. E também porque não podemos tolerar a forma sádica deste dito juiz presumível inocente quando proferiu numa entrevista que se os pais desconfiavam destas suspeições podiam então pedir para mudar de juiz. Ora bem, requerer o afastamento por suspeiçao é algo muito difícil de conseguir. No entanto isso raramente ou nunca acontece, como o magistrado bem sabe! Uma vergonhosa declaração, para estes infelizes pais! Até porque existe o princípio de inamovibilidade dos juizes, para garantir a sua isenção! No entanto, não se aplica neste caso, onde os pais têm o direito de requerer o seu afastamento.

E mais, têm o direito de ter outro juiz nesta mesma comarca! No entanto, e como é hábito neste país, se forem vítimas do sistema, podem é mudar de comarca, residência, reinventar-se para não cair nas mãos do dito cujo, pois raramente são substituídos! Eu fico paralisada em saber, que este ser tão preocupado com os animais, seria a única opção na minha comarca residente se fosse o caso. Isto porque apesar de não ter sido condenado de ter praticado um crime, é suspeito e foi aberto um inquérito pelo ministério público, e pelas vidas desfeitas e testemunhos cheios que tenho na minha caixa de mensagens, o seu historial não é de um juiz “amigo das crianças!” mas sim de um autêntico membro da inquisição dos tempos modernos! Não me posso esquecer claro das suas entrevistas em que passo a citar (esta referindo-se a uma petição com o fim de ter a guarda partilhada como regime regra): “Há uma tentativa de diabolizar o homem.” Como se existisse uma espécie de cabala num país onde muitas vítimas de vários tipos de crimes estão completamente desprotegidas!

Em casos de violência doméstica o magistrado considera: “Há que ver que tipo de violência se trata, por exemplo se trata de um homem que se passou e deu uma “lapada.” Portanto, algo justificável para este juiz, uma “lapada”, numa mulher! Numa entrevista que deu em relação ao divórcio, passo a citar: “Há um estudo que revela que estas feridas invisíveis, podem ter consequências a longo prazo, ainda piores que abusos sexuais ou maus tratos físicos violentos.” Outra pérola, permissiva então para os nossos abusadores da praça!

E numa outra entrevista acerca da violência doméstica, o crime que mais mata neste país disse: “A maior parte dos casos de violência doméstica, são situações de conflito, o descontrolo daquele homem não tem justificação nenhuma como é óbvio, mas resulta de um comportamento disfuncional da mãe”. Diria então com base em três entrevistas que os menores que vão parar às mãos deste juiz em situações de violência doméstica ou comportamentos abusivos, estão expostos ao pensamento bastante explícito do magistrado em relação ao assunto e por isso em perigo iminente. E por isso mesmo, porque por um lado temos uma juíza advertida por ser “feminista” mas por outro temos um juiz que considero machista onde lhe foram feitas graves imputações envolvendo menores, que continua diariamente a decidir a vida de milhares de crianças, a ser tratado como rei e senhor único de uma comarca inteira e a decidir sobre a vida de milhares de crianças, que pergunto se estamos de facto a deixar morrer aquilo que de melhor temos? É tempo de fazer a seguinte pergunta: Que raio de país é este em que vivemos? Já não é uma questão valores, porque esses, temo que os tenhamos perdido algures por aí, é uma questão de que alguém tem de proteger as crianças! E acreditem, eu não estou sozinha nesta luta!