Bebé abandonado no Cacém poderá voltar para a família

Recém-nascido de 22 dias, deixado à porta do Centro Social Baptista, no Cacém, fica agora com o futuro indefinido. Psicólogos forenses e PSP explicam o que poderá acontecer. Ministério Público já abriu inquérito.

Com apenas 22 dias de vida, foi abandonado pela mãe, na terça-feira à noite, à porta do Centro Social Baptista, uma igreja no Cacém. Num papel, escrito como se fosse a criança a falar, um apelo: “Por favor cuidem de mim como um filho de vocês”. O bebé foi deixado dentro de uma alcofa, “em boas condições”, numa altura em que decorria uma reunião nas instalações. Ao lado do recém-nascido, que foi encontrado pelas pessoas presentes nessa reunião, estava uma mala “com os bens necessários para tratar dele naquele momento” e uma carta, na qual era sublinhada a “falta de condições” da mãe para cuidar do filho, confirmou ao i a comissária da Polícia de Segurança Pública (PSP) Carla Duarte. “A carta dá a entender que o filho não foi deixado levianamente. Foi com pesar por parte da mãe”, sublinhou.

 Transportado para o Hospital Amadora-Sintra – onde se encontra apesar de estar bem de saúde –, o bebé fica agora com o futuro indefinido. Será feita a articulação entre assistentes sociais e a Santa Casa da Misericórdia, mas o Tribunal de Família e Menores de Sintra terá de decidir se existem familiares com condições suficientes para ficarem com o recém-nascido – caso contrário ficará a cargo de uma instituição ou até de uma família de acolhimento. A_PSP já comunicou os dados de que dispõe à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, bem como ao tribunal, na tentativa de chegar à identificação dos familiares do bebé.

 

Crime ou pedido de ajuda?

“Isto é um caso de polícia e um crime. E agora a PSP está a investigar se há algo que possa detetar quem abandonou o bebé. Estará entregue à Segurança Social. E depois é perceber se a mãe não tem mesmo condições para ter a criança. Porque pode acontecer o bebé voltar para a mãe, porque a lei portuguesa assim o permite”, sublinha ao i Rui Abrunhosa Gonçalves, psicólogo forense e professor na Universidade do Minho.

Leia o artigo completo na edição impressa do jornal i.