Uma médica de família do Centro de Saúde de Santo António e Laranjeiro, em Almada, foi agredida, esta quarta-feira, por uma doente, durante a triagem. A mulher esmurrou a profissional de saúde na cabeça, deixou-a com ferimentos na orelha e partiu-lhe os óculos. "Sinto-me muito fragilizada. Sinto-me um lixo. Vou ter de ter apoio de um psiquiatra, porque não estou bem", admitiu a vítima Eugénia Cheptene.
A agressão ocorreu esta manhã e a PSP foi chamada ao local para intervir. De acordo com o Jornal de Notícias, apesar de não ter marcação, a doente exigiu ser atendida, visto já ter tentado obter uma consulta sem marcação na terça-feira sem sucesso. Depois de ter gritado com os administrativos e profissionais de saúde, a mulher exigiu uma declaração de faltas para a filha.
A médica Eugénia Cheptene levou então "o cartão de utente da filha da agressora ao Dr. Feliciano, médico de família atribuído, e ao secretariado clínico, que marcou uma consulta para amanhã às 8.30 horas, explica a vítima. "Faltavam 15 minutos para acabar o período de triagem. Quando regressei e comuniquei a que horas era a consulta amanhã, começou logo a gritar. Não quis aceitar o papel da marcação. Depois passou para as agressões verbais: és uma arrogante, és uma merda", descreveu a médica de família que se encontra de baixa.
"Fui ter com o dr. Feliciano e disse-lhe: a senhora não aceita a hora da consulta. Mas ela conseguiu entrar no edifício e, quando saí do gabinete, agarrou-me, encostou-me à parede e deu-me vários socos. Como ela é muito mais alta que eu, os seguranças, os enfermeiros e outras pessoas tiveram dificuldade em afastarem-na de mim", contou.