O problema dos EUA não é apenas Trump, mas os republicanos em si, como o demonstrou a morte da juíza Ruth Bader Ginsburg (RBG), aos 87 anos, do Supremo Tribunal norte-americano. Esta morte poderá alterar o equilíbrio da instituição, tanto mais que estes juízes são nomeados vitaliciamente.
Num comunicado ditado a uma neta antes de morrer, R.B.G. afirmava preferir não ser substituída antes da eleição do novo Presidente, em 3 de Novembro. Recorde-se que antes de morrer, e bem viva, ela tinha dito que não renunciaria ao cargo, enquanto estivesse Trump na Casa Branca.
Em 2016, quando morreu outro juiz do Supremo, cerca de 10 meses antes das eleições, o então líder da maioria no Senado, Mitch McConnell (republicano), opôs-se a uma nomeação de Obama, em ano de eleições. Mas agora ele foi até mais rápido do que Trump a querer substituir a juíza, apesar de as eleições estarem a cerca de mês e meio. Estes ziguezagues políticos não recomendam nada os republicanos. Apesar de haver uns mais honestos. De facto, não está totalmente garantida a substituição. Duas senadoras republicanas já disseram que não a votarão antes das eleições, apesar de Trump apresentar uma candidata mulher. Basta outro senador do Partido ser um pouco mais coerente do que Trump e McConnel. O que parece difícil, dadas as garantias de McConnel e a atitude pró-Trump agora assumida por Romney.
Biden também se mostrou já contrário a uma nomeação apressada. E Biden pode ser também de direita, mas será de uma direita mais normal. Esperemos que pessoas de esquerda não se importem de votar nele, para Trump ser afastado. E deixemos Trump apenas com a esquerda do quanto pior melhor. E que esta seja muito pequena. Já se viu que Trump só gosta de problemas, como levantar dúvidas sobre uma transição que dê uma vitória a outro. Mais um motivo que o desaconselha para Presidente de um País – mesmo que não fossem os EUA.
Já se sabe que a Direita americana é muito mais extremista do que a europeia. Nós ficamo-nos melhor pelos bons conservadores, tipo Churchill e Merkel. Mas vamos ver o que acontece mesmo nas eleições, com Trump a ameaçar o caos se perder (alguém mais, além dele próprio, estará convencido de que o homem pode ganhar?).