Contra as Mulheres

Há dias, num artigo de opinião do Público, uma comentadora denunciava uma perseguição às mulheres, vinda sobretudo da extrema-direita. Talvez seja verdade. Lembro-me que no tempo de Salazar, em Portugal, as mulheres não podiam ocupar nenhum cargo mais importante, quer fosse numa Faculdade, quer fosse no Governo, quer fosse nos tribunais, por exemplo. Muitas dessas…

Há dias, num artigo de opinião do Público, uma comentadora denunciava uma perseguição às mulheres, vinda sobretudo da extrema-direita. Talvez seja verdade. Lembro-me que no tempo de Salazar, em Portugal, as mulheres não podiam ocupar nenhum cargo mais importante, quer fosse numa Faculdade, quer fosse no Governo, quer fosse nos tribunais, por exemplo.

Muitas dessas coisas mudaram ainda com Marcello Caetano, que tinha por exemplo uma subsecretária de Estado no Governo (é certo que não era uma ministra; mas as coisas não devem fazer-se de repente), e aceitava catedráticas.

Como católico, sou sobretudo sensível aos esforços feitos por Ratzinger no Vaticano II, para acabar com as comunhões de joelhos (mesmo que depois revisse algumas posições ali assumidas). Antes, muitos padres humilhavam as mulheres, só porque pintavam a cara e não se vestiam a seu gosto, passando por elas sem darem a comunhão, e deixando-as ali ajoelhadas e tristes. Pois hoje, com as modernices da religião, cada um faz o que quer (as orações deixaram de ser colectivas, como mandava, e manda ainda?, a religião, mesmo nas missas), e a maior parte dos que se voltam a ajoelhar na comunhão são mulheres. Que se pode fazer? Terá valido a pena o esforço de Ratzinger e outros no Vaticano II?