Uma nova onda de confinamentos

Após perder o registo de milhares de casos, o Reino Unido pondera medidas duras. Nova Iorque e Paris vão apertar as restrições. 

O Governo britânico de Boris Johnson já faz planos para endurecer as medidas de contenção da covid-19 a nível nacional avançou o Guardian. A notícia surgiu ontem, após um falhanço monumental de gestão de dados deixar quase 16 mil casos fora das listas de rastreio de contactos do Inglaterra, entre 25 de setembro e 2 de outubro, Mais de 50 mil pessoas potencialmente infetadas não foram avisadas e isoladas atempadamente.

“Foi um problema de informática envolvendo dados transferidos de um sistema para outro. É inteiramente culpa do PHE”, a agência estatal de saúde pública de Inglaterra, admitiu um funcionário ao Guardian. Já a BBC especificou que o problema foi a agência ter usado mal o Microsoft Excel. Em algumas zonas do país, como no noroeste de Inglaterra, o número de casos de covid-19 registados a semana passada aumentou em mais de 90% após serem adicionados os dados perdidos. O Governo britânico já anunciou uma investigação ao sucedido.

Ao mesmo tempo que ficou claro que a situação no Reino Unido ainda é mais grave do que parecia, soube-se que o Governo pôs em cima da mesa medidas duras. Como o fecho de todos os negócios de hospitalidade, proibição de todos os contactos sociais fora de casa, cancelamento de todas atividades desportivas e culturais. Já os locais de culto continuariam abertos, mostrava o esboço de plano visto ontem pelo Guardian, aplicável apenas quando medidas medos duras não diminuíssem a taxa de transmissão. O Governo salientou que o plano ainda está a ser debatido.

Onda de confinamentos A segunda vaga continua a devastar cidades que pareciam ter ultrapassado o pior da pandemia, forçando a novos confinamentos.

Esta terça-feira os bares de Paris vão ter de fechar, enquanto os restaurantes terão medidas mais restritas de higiene e segurança. Podem passar por ter gel desinfestante em todas as mesas, uma lotação menor e tomar nota do nome e número de telemóvel dos clientes, para facilitar o rastreio de contactos.

Já o Governador do estado de Nova Iorque, em tempo o epicentro da pandemia nos EUA, tenciona confinar nove bairros da cidade. Durante semanas, nas áreas afetadas, todos os serviços não essenciais teriam de fechar, incluindo centenas de escolas. O estado é dos poucos em que a taxa de novas infeções não aumentou nas últimas semanas, mas teme-se o congestionamento dos serviços de saúde com a chegada do inverno.