A Europa está cada vez mais cansada das restrições da covid-19

O público está fatigado da pademia, podendo afetar o cumprimento das normas, avisou a OMS. Espanha, França e República Checa apertaram restrições.

À medida que a pandemia de covid-19 se arrasta e a Europa enfrenta uma segunda onda de infeções e confinamento, o desânimo vai aumentado. Em alguns países europeus, mais de 60% da população sofre de fadiga com a pandemia, arriscando baixar as defesas no combate à propagação da doença, avisou a Organização Mundial de Saúde (OMS).

“A fadiga da pandemia é uma resposta esperada e natural a uma crise prolongada de saúde pública”, salienta o relatório da OMS, divulgado ontem. “A pandemia exigiu a implementação de medidas invasivas com impactos sem precedentes na vida quotidiana de todos, incluindo aqueles que não foram diretamente afetados pelo vírus em si mesmo”.

Entretanto, 5,2 milhões de espanhóis tiveram de se habituar de novo a restrições de mobilidade, em Madrid e outras nove cidades da região, que sofre um pico nos contágios. “Estamos condenados a estar neste corrupio de ‘agora paras, agora abres, agora fechas, agora voltas a abrir’. Aguentar um confinamento como o de março é muito difícil. A ver se com medidas menores conseguimos que a epidemia desacelere”, defendeu o epidemiologista Joaquín López-Contreras, ao El País. 

Entretanto, Paris fechou ontem os bares, a Irlanda apertou as restrições e a República Checa – que inicialmente foi dos países que melhor conteve a pandemia – entrou de novo em estado de emergência. Ao mesmo tempo os protestos contra o confinamento tornaram-se cada vez mais comuns, em cidades como Madrid e Berlim.