O Governo de Emmanuel Macron anunciou ontem que planeia multar ou até punir com penas de prisão os médicos ginecologistas que passem “certificados de virgindade”, por vezes exigidos às mulheres antes do casamento. A medida faz parte de um pacote de medidas de Macron contra o “separatismo islâmico”.
A prática é mais generalizada em França do que seria de esperar. 30% dos médicos franceses já receberam pedidos para passar certificados do género, segundo a France 3 TV. Alguns acedem quando as pacientes temem violência física, como faz a ginecologista Ghada Hatem. “Se me dizem: ‘O meu irmão vai espancar-me, o meu pai vai estrangular-me, os meus sogros vão arruinar a reputação da minha família’, não tenho razão para não acreditar”, contou ao canal.
A OMS há muito que mantém que a prática inspecionar o himen das mulheres visualmente ou com os dedos, para provar que não teve sexo vaginal, como fazem comunidades islâmicas mais ortodoxas, é uma violação dos direitos humanos. Contudo, alguns ativistas defendem que a proibição pode tornar a situação ainda pior e e que necessário mais educação antes de medidas coercivas.