Narges Mohammadi tem 48 anos e até maio de 2015, quando foi presa por “criar e liderar um grupo ilegal”, era a porta-voz do Centro para Defensores dos Direitos Humanos no Irão. A iraniana é conhecida por lutar a favor da abolição de pena de morte no seu país e estava agora a cumprir uma pena de 10 anos de prisão.
Esta quinta-feira, as autoridades iranianas declararam que a sua “pena foi reduzida (…) e ela foi libertada”.
De acordo com a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), Mohammadi foi em dezembro de 2019 transferida “à força” da prisão de Evin, em Teerão para Zanjan.
O marido da jornalista confirmou a sua libertação na rede social Twitter às 7:44 (hora portuguesa): “Desejo liberdade para todos os prisioneiros”, acrescentou Taghi Rahmani.
Em junho deste ano, o advogado da ativista pediu que ela fosse libertada da prisão para tratamento de uma doença pulmonar de que sofria. Desde março, que mais de 100.000 detidos iranianos tiveram liberdade temporária ou penas reduzidas de modo a evitar a propagação do novo coronavírus nas prisões da República Islâmica, não sendo esse o caso de Narges Mohammadi.
Na passada terça-feira a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, afirmou quer era “particularmente importante” que o Irão, sendo o país do Médio Oriente mais afetado pela covid-19, libertasse os presos políticos enquanto o vírus circulasse pelas prisões.
De acordo com os dados oficiais mais recentes, o vírus já matou 27.658 pessoas no Irão e 483.844 foram infetadas. A nível global e segundo um balanço feito pela agência francesa AFP, a pandemia já infetou mais de 35,8 milhões de pessoas e provocou mais de um milhão e cinquenta e um mil mortos.