Aumento dos internamentos? “Estamos bem preparados” e SNS tem “espaço de conforto”

No dia em que há 877 doentes da covid-19 internados, dos quais 128 em Unidades de Cuidados Intensivos, Sales realçou que o país está agora “mais bem preparado”, uma vez que “se sabe mais sobre a doença”. 

António Sales, secretário de Estado Adjunto e da Saúde, garantiu, esta segunda-feira, na habitual conferência de imprensa das autoridades de saúde, que o Governo está "empenhado" em garantir a maior cobertura vacinal de sempre este ano. O objetivo é “minimizar a existência da gripe sazonal e da covid-19" e proteger os mais vulneráveis.

O governante lembrou que a segunda fase de vacinação arranca já na próxima semana. “Este ano, uma parcela das vacinas do Serviço Nacional de Saúde, cerca de 150 mil doses, são destinadas à população com mais de 65 anos e será administrada nas farmácias", disse Sales, agradecendo ainda a várias entidades que contribuíram para este esforço.

No dia em que há 877 doentes da covid-19 internados, dos quais 128 em Unidades de Cuidados Intensivos, Sales realçou que o país está agora “mais bem preparado", uma vez que "se sabe mais sobre a doença". O secretário de Estado adiantou que, tal como na semana passada, as taxas de ocupação nas unidades de cuidados intensivos continuam a rondar os 70%.

"São números que nos dão o conforto da referida rede de expansibilidade que temos, quer ao nível de internamentos, quer ao nível de cuidados intensivos”, disse.

“Estamos bem preparados e mesmo com estes números temos uma capacidade e um espaço de conforto”, acrescentou.

Questionado sobre uma possível abertura dos hospitais de campanha, o governante disse que tal só deverá acontecer se existir "pressão" sobre os serviços. "Obviamente que esses hospitais de retaguarda serão ativados nas suas devidas dimensões e de acordo com as necessidades", frisou.

Luís Goes Pinheiro, presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), que também marcou presença na conferência desta segunda-feira, foi questionado sobre o baixo número de códigos inseridos na StayAway Covid e lembrou que esta é uma app “que assenta na liberdade de inserir o código que é gerado”.

"Tudo o que pudermos fazer para agilizar a utilização desta aplicação será bem-vindo. Vamos também intensificar a formação dos médicos que usam e que geram os códigos para que não existam dúvidas sobre que operações têm de ser feitas", disse, revelando ainda que foi solicitado à Comissão Nacional de Proteção de Dados ajuda para tentar agilizar alguns processos.

"No entanto, é importante que se diga que estes números estão em linha com aqueles que se verificam noutros países europeus. Por exemplo, a Áustria ronda os 900 mil downloads e teve 56 códigos carregados, Itália tem mais de sete milhões de downloads e tem 257 códigos. Polónia tem 860 mil downloads e 45 códigos carregados. A Finlândia, que tem a particularidade de ter começado mais ou menos na mesma altura que Portugal, tem 2,3 milhões de downloads 158 códigos carregados”, destacou.

Depois de ser conhecido que o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, está infetado com o novo coronavírus e que, por isso, todos os membros do Governo foram testados, mesmo os que não tiveram contacto próximo com o ministro, António Sales recordou que “este vírus é democrático" e garantiu que as indicações de testagem e isolamento são iguais para todos.

“O trabalho da Direção-Geral da Saúde (DGS) é técnico, de avaliação e de estratificação do risco e foi isso que fizemos e que vamos continuar a fazer. O inquérito epidemiológico foi feito, a estratificação do risco foi devidamente avaliada e em função desse processo foram tomadas as decisões. Um doente covid-19 a partir do momento em que é caso confirmado recebe, como sabem, das autoridades de saúde as referidas indicações que deve seguir e que são as mais adequadas. Essas indicações de testagem e de isolamento são iguais para todo e qualquer cidadão”, garantiu.