Vendo bem, a corrupção em Portugal já atinge níveis alarmantes, chegando às cúpulas da política (o ex-primeiro-ministro José Sócrates), da Banca (Ricardo Salgado) e da Justiça (o juiz Rangel) – como afirmou um comentador do Público. Pelo menos, segundo a imprensa, citada por um comentador desse diário, estão os 3 acusados de crimes gravíssimos pelo Ministério Público, fora outros de calibre semelhante, e nós sabemos como é demorada a Justiça em Portugal, para apurar alguma coisa em definitivo. Não é desculpa eu saber de Países em que a situação foi ainda pior – porque a Justiça deles era ao menos um pouco mais célere, como é normal.
A grande pergunta é esta: porque é que os partidos normais não mostram grande interesse em combater este estado de coisas. E porque é que os defensores desse combate acham imprescindível avançar-se com a figura do arrependido, quando temos exemplos gritantes de países ainda mais corruptos com os arrependidos. É o caso do Brasil, onde ainda por cima vimos o sistema, com os arrependidos, afastar alguns impolutos, substituídos logo pelos maiores corruptos.
Quando é que os deputados decidem dar mais garantias às vítimas do que aos criminosos, como pareceu acontecer (a primazia dos criminosos) em Parlamentos dominados por advogados, que assim pretenderiam facilitar as suas tarefas de defesa de criminosos?
Até quando deixar nas mãos dos populistas a defesa do Estado de Direito? E porquê chamar o isto populismo? O melhor é começar já a distinguir popular de populismo. Já se sabe, como afirmou outro comentador do mesmo jornal, que os carteiristas têm por costume criar o caos, gritando ‘agarra que é ladrão’, quando vêem a Polícia aproximar-se.
Assunto em que a extrema direita tem sido exímia, falando nos ciganos ou noutra coisa qualquer. Pois se corruptos tão óbvios como Bolsonaro e Tump (para só falar dos tais populistas, que se vê por aqui no que dão), mais uns quantos que não vale a pena nomear, conseguiram ser assim eleitos… esforcem-se ao menos os partidos normais por não deixarem para os menos normais esta luta necessária. Com consequências que serão também más para eles.