por Pedro d'Anunciação
Acusam este Governo de favorecer a corrupção, só por diminuir a burocracia no caso dos contratos com as verbas europeias.
Mas já reparámos que há quem o acuse de tudo, e a propósito de qualquer coisa. Embora sem querer responsabilizar por isso o maior partido de oposição e outros, até houve quem o acusasse pelas medidas sanitárias – muito para além das naturais reticências que naturalmente merece a directora-geral da Saúde. O que de resto também se tem visto no estrangeiro.
A burocracia, como temos visto, nem sempre é má. Surgiu mesmo só para o Estrado evitar corrupções, através do seu controlo. Mas às vezes foi exagerada, e descobriu-se que a melhor maneira de evitar certas corrupções era eliminando-a: como terá sido o caso do licenciamento de obras por algumas câmaras municipais.
Os fundos europeus são muitos, e bem apetecidos. Também pela corrupção. Qual é a melhor maneira de a evitar? Mesmo com o presidente do Tribunal de Contas? Ou sem ele? Ou ele é indiferente, quero eu dizer, a pessoa que desempenha o cargo? Devia sê-lo, tanto mais que o bom-senso diz-nos não haver pessoas insubstituíveis. Esperemos só que o Governo não tenha sido demasiado ousado – e acabe mesmo por favorecer a corrupção, como o acusariam de qualquer modo.