Quer-me parecer a mim, bem ou mal, que não há problemas na substituição de cargos por um Governo, sobretudo quando os mandatos chegam ao fim e as pessoas foram escolhidas pelo Governo em funções (caso do presidente do Tribunal de Contas), a não ser considerar-se que as pessoas a resistirem à sua substituição nesse casos é porque não estavam realmente preparadas para exercer os cargos. E então têm mesmo de ser substituídas.
Foi preciso alguma coragem política, da parte de António Costa, para escolher Vítor Caldeira. Mas vê-se agora que afinal não terá sido uma escolha ideal, apesar de aparentemente ele ter feito muitíssimo bem o seu trabalho.
E quem está normalmente contra este Governo, rejubila contra todas as substituições: a de Joana Marques Vidal, e da candidata a um cargo externo Ana Carla Almeida – e até vi lamentarem a substituição da mulher que mais se enganava nas previsões, Teodora Cardoso. Claro que se enganava sempre para o mesmo lado, e antes da confirmação isso funcionava contra alguém, pelo que é natural, apesar da incompetência (que me parece) demonstrada, lamentarem a sua decisão, como uma das novidades horríveis de António Costa.
Haverá mesmo pessoas insubstituíveis? Ou as substituições têm sido até agora bem feitas (independentemente de as pessoas deverem ser sempre substituíveis)? E o que interessa é a maneira como se exercem os cargos. O da PGR já é exercido há tempo suficiente, para as pessoas se poderem pronunciar.