São múltiplos os momentos absolutamente decisivos para o desenvolvimento profissional de um qualquer indivíduo. Um dos principais é aquele em que descobre a ferramenta principal de resolução dos desafios que a circunstância lhe oferece. Outro é aquele em que esbarra nos seus limites.
Facto é, de vez em quando, deparamo-nos com desafios aparentemente inultrapassáveis, paredes que nos impedem de ver o céu e prosseguir os nossos objetivos. Perante essa circunstância, contemplamos os cálculos mentais sobre se um qualquer método por nós usado no passado nos permite ou não continuar caminho. Frequentemente, a solução encontra-se em abandonar temporariamente esse primeiro desafio e abraçar um segundo, desta vez ainda mais difícil.
É provável que o leitor se recorde minimamente das suas aulas de matemática do ensino secundário, e em como eram um desafio, por vezes. Caso o leitor tenha estudado algum tipo de matemática no ensino superior, estou certo de que, achando agora a nova disciplina mais difícil, julga que a matemática de secundário seria consideravelmente mais fácil. Aprender e procurar resolver problemas mais complexos eleva-nos a perspetiva de tal forma que desafios que eram difíceis, deixam de o ser.
Não sendo da opinião de que a estratégia prevalece funcional para sempre, não penso que faça sequer sentido pensar nela como pontual. Em primeiro lugar, os desafios existem para serem enfrentados, para que enfrentemos as dificuldades interiores. Crescemos perante a pressão e a dificuldade em superar o melhor resultado anterior. Por esse motivo, não faz sentido outra coisa que não os enfrentar, a não ser que seja imprescindível para o objetivo de um qualquer ser atingir algo cujo caminho único é efetivamente aquele que se encontra além problema.
Em segundo lugar, nem sempre é útil e prático para alguém que um obstáculo seja ultrapassado. Perante um leque de opções, escolher uma delas implica automaticamente dizermos que não a outras. Não existe qualquer compatibilidade em, no médio e longo prazo, perseguir vários caminhos simultaneamente. Abre-se um caminho cada vez que recorremos a um aumento da dificuldade dos nossos desafios pessoais para nos capacitar para o anterior. O pior que pode acontecer a um qualquer ser é dedicar-se profundamente a um desses caminhos e algures num tempo avançado aperceber-se de que esse não é um caminho que o satisfaz ou faz feliz.
Mais frequentemente do que nunca, é crucial buscar primeiro compreensão sobre que desafios nos levam por caminhos que não nos preenchem e eliminá-los do leque de possibilidades. Se o leitor é extrovertido, procure desafios sociais, não se isole. Se é criativo, não deixe de criar. Abdicar de quem somos por algo que queremos ser apenas faz sentido quando os desafios que aceitamos coincidem com os objetivos que nos impelem a levantar da cama pela manhã.