Começaram ontem as votações antecipadas na Florida, estado norte-americano que pode determinar o destino do resultado das eleições presidenciais, uma vez que garante 29 dos 270 votos eleitorais necessários para a vitória. Um dos exemplos máximos disto foram as eleições do ano 2000, em que o candidato republicano George W. Bush derrotou Al Gore, do Partido Democrata.
O republicano Donald Trump e o democrata Joe Biden estão bem cientes desta realidade e, por isso, na semana passada, estiveram os dois na Florida a fazer campanha na mesma altura. O atual Presidente organizou inclusive um grande desfile que levou milhares de carros até ao centro de Miami, apesar de este ser um dos estados mais afetados pela covid-19, que já provocou 15 400 mortes e 736 mil contágios.
Biden, que se deslocou à Florida três vezes no último mês, debateu a forma como o país geriu a pandemia: “O Presidente sabia desde janeiro, quando foi informado detalhadamente pelas agências de inteligência, que se tratava de uma doença extremamente perigosa e transmissível”. E sentenciou: “Se ganharmos na Florida, está resolvido”, disse o ex-vice de Barack Obama.
Está em jogo o voto das comunidades hispânicas, que representam aproximadamente 20% dos eleitores da Florida e que, nos últimos anos, se tornaram um fator que pode fazer pender a balança para um dos lados. A maior parte deles são originários de Cuba, Porto Rico e República Dominicana, mas as comunidades jamaicanas, haitianas e portuguesas também são relevantes para a contagem final dos votos.
De acordo com a autoridade que coordena o ato eleitoral na Florida, os democratas inscritos superam os republicanos em 180 mil votos.
A pouco mais de duas semanas das presidenciais de 3 de novembro, a Divisão Eleitoral já recebeu 2,4 milhões de votos por correio (2 413 292): a maioria votou no candidato democrata (1 185 892), seguindo-se os eleitores republicanos (726 797) e os independentes (472 536).