O Papa Francisco defendeu a regulamentação civil entre pessoas do mesmo sexo, apelando aos países que criem uma lei que proteja legalmente os casais homossexuais, tal como heterossexuais casados ou em união de facto.
O líder da Igreja Católica expôs a sua opinião no documentário Francesco, que estreou esta quarta-feira no Festival de Cinema de Roma, e foi divulgada pelo site Catholic News Agency. Francisco refere que os homossexuais “são filhos de Deus e têm direito a uma família”.
Embora o casamento entre homossexuais continue a ser proibido na Igreja Católica, o Papa considera que esta comunidade não deve ser expulsa da Igreja. “O que temos que criar é uma lei da união civil. Dessa forma, eles estão legalmente cobertos. Defendo isso”, disse o Papa Francisco.
A posição do Papa agora revelada é muito diferente das posições tradicionais do Vaticano, mas também do seu antecessor, Bento XVI, que descrevia a homossexualidade como um “intrínseco mal moral”.
Apesar de Francisco já ter deixado clara a sua intenção de se aproximar dos crentes homossexuais, esta é a primeira vez que defende, publicamente, a sua união civil. Quando era arcebispo de Buenos Aires, Francisco mostrou-se contra os planos do Governo para aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo na Argentina, mas há quem diga que já nessa altura defendia outro tipo de reconhecimento legal.
Em 2013, Francisco já tinha referido que não rejeitaria se um homossexual procurasse a fé: “Se uma pessoa é homossexual e procura Deus e a boa vontade divina, quem sou eu para julgá-la?”, questionou na altura.
O documentário que traduz a posição do Papa foi produzido por Evgeny Afineevsky, um produtor russo, que vive nos Estados Unidos, e aborda ainda a forma como o Papa defende os migrantes e refugiados, os pobres, o papel das mulheres na sociedade, ou o trabalho de Francisco nos últimos anos relativamente aos abusos sexuais por parte de membros do clero.