Recolher obrigatório das 11h da noite até às seis da manhã, proibição de reuniões com mais de seis pessoas, possibilidade de fecho de fronteiras das regiões mais afetadas. O estado de emergência, com restrições à escala nacional, voltou em força a Espanha, decretou este domingo o Governo de Pedro Sánchez, depois de meses a tentar conter a pandemia com medidas locais, nas grandes cidades e arredores, em Madrid e Barcelona. As medidas estarão em vigor pelo menos 15 dias, mas teme-se que possam ser necessárias durante meses, talvez até maio.
“A situação porque estamos a passar é extrema”, avisou o primeiro-ministro espanhol, perante as câmaras, este domingo. “É a mais séria do último meio século”, assegurou. Dias antes, Espanha tornar-se o primeiro país europeu a ultrapassar a marca do milhão de casos registados de covid-19, com mais de 10 mil casos registado no domingo – rapidamente a marca foi passada por França também.
Na altura do anúncio do estado de emergência, já mais de metade dos executivos das comunidades autónomas pediam ao Governo espanhol que declarasse de novo o estado de emergência. Agora, a dureza das medidas ficará ao seu cargo, podendo até as autoridades locais decidir fechar fronteiras às regiões em seu redor, se as situação se agravar.
A situação epidemiológica parece estar pior até que em março, quando Madrid foi obrigada a usar o Palácio do Gelo como morgue improvisada. Nesse mês, o número máximo diário de contágios registado foi pouco mais de 10 mil; na quinta-feira foram quase 23 mil. Ainda assim, uma das grandes preocupações do Governo espanhol é não forçar à paralisação económica do país.