Itália, em tempos o epicentro da pandemia de covid-19 na Europa, enfrenta uma segunda ronda do pesadelo e já aumentou as restrições. Desde esta segunda-feira até 24 de novembro, os restaurantes e bares italianos vão passar a fechar às 18h, os ginásios, cinemas e piscinas públicas vão encerrar e 75% dos estudantes com mais de 14 anos passarão a ter aulas online. Também será obrigatório o uso constante de máscara, inclusivamente ao ar livre,
Durante meses, após o pior, com os casos a aumentar por toda a Europa, a Itália foi uma exceção, parecendo ter a pandemia relativamente sobre controlo. Contudo, nos últimos dias houve um aumento exponencial de infeções – 24 de setembro houve menos de 1800 novos casos registados, este sábado foram mais de 19 mil. "Sofreremos um pouco este mês, mas estamos a cerrar os dentes com estas restrições, seremos capazes de respirar de novo em dezembro", explicou o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, em conferência de imprensa.
Em março, o mundo assistiu com horror às imagens de enterros em massa em Bergamo, na Lombardia, que teve quase cinco mil casos no sábado. Agora, o epicentro do surto italiano é Milão, a poucas dezenas de quilómetros de distância. "Temos medo que o pesadelo regresse", Luca Remondini, dono de um bar em Bergamo, a um repórter do Observer. "As coisas estão calmas neste momento, mas estamos tão próximos de Milão, e regiões próximas como Piedmento e a Ligúria não estão em grande forma também".