Já há tempos estranhei que os colégios privados tivessem levado o Governo a tribunal, por quererem que que lhes pegasse nem sei bem o quê.
Claro que acho obrigação do Executivo oferecer ensino de qualidade e gratuito nas escolas públicas. E assim, só faria sentido o Estado pagar aos privados (onde se tem verificado de resto muita corrupção) na zonas em que estiverem presentes, e não haja aí colégios públicos.
Mas a escolas privadas, seguindo o estilo especial de muitos empresários portugueses, queriam viver de qualquer modo encostadas ao Estado, que lhes surgia como uma comodidade a que estavam habituadas. Agora perderam dezenas de processos em diversas instâncias (incluindo recursos). É que ainda por cima a posição do Estado tinha sido bastante cuidadosa e prudente, prontificando-se a pagar aos privados os que já lá estão a estudar pagos, mesmo com aldrabices (como a muito conhecida das moradas trocadas, assunto que também atinge as escolas públicas).
E os privados podiam dar-se ao luxo de recusar alunos, ou correr com alguns menos adaptáveis, o que desde logo estabelece uma falsa concorrência entre públicos e privados.
E porque motivo haverão algumas pessoas de se sujeitarem aos públicos, enquanto outros podem ir para os privados.