A vacina contra a covid-19 da AstraZeneca, desenvolvida em conjunto com a Universidade de Oxford, “se tudo correr bem, no final de março de 2021 estará numa fase avançada de distribuição”, afirmou o diretor da área de investigação da farmacêutica, Josep Baselga.
Em declarações ao portal de notícias da Catalunha RAC1, o responsável adiantou que devem estar prontas três mil milhões de doses de vacinas no início do próximo ano e mostra-se otimista quanto à autorização para comercialização.
O diretor afirma que o grande problema será mesmo decidir como a distribuição vai ser feita e quais devem ser os primeiros grupos a recebê-la. Apesar de Josep Baselgaga esperar que até ao final do ano “uma, duas ou três” das vacinas em fase de teste comecem a dar resultados, considera que só no primeiro trimestre do ano a vacina AstraZeneca deve estar em “fase avançada de distribuição”.
O laboratório aponta que a vacina seja dada em duas doses, sendo a segunda toma feita 28 dias depois da primeira.
Mas o responsável afirma que “a vacina vai ajudar, claro, mas não é única solução”, e, por isso, conta que a AstraZeneca está também a desenvolver um tratamento com antircorpos em que serão aplicados anticorpos de doentes com covid-19 a potenciais infetados. Existem agora 16 estudos deste género e um deles está a dar “bons resultados".
Jose Baselga afirma que “tão cedo não voltaremos à normalidade que tivemos” e prevê que o inverno seja “horroroso”. No entanto, espera que já no verão tudo seja “relativamente normal”. Para o especialista, é essencial que as pessoas cumpram as regras de distanciamento social, uso de máscara e que sejam evitados os aglomerados de pessoas para que, até existir vacina, se reduza o risco de contágio.
No que diz respeito à imunidade, o responsável diz que as pessoas com covid-19 podem ficar imunes entre um a dois anos, e não durante apenas seis meses, como tem sido noticiado.
Recorde-se que os testes da vacina da AstraZeneca foram interrompidos no início de setembro por um voluntário ter desenvolvido um problema sério de saúde, pelo que foram revistos os processos de segurança. No entanto, este tipo de interrupções são comuns no desenvolvimento de medicamentos e vacinas.
Existem por esta altura, no mundo, perto de 175 vacinas para combater a covid-19 a serem desenvolvidas e em fase de testes. Segundo Baselga, 35 ainda estão em ensaios clínicos com doentes e 10 na fase de verificação, onde se encontra a da AstraZeneca, que vai destinar pelo menos 300 milhões de doses à União Europeia.