Devido às novas medidas para a contenção da covid-19, dezenas de equipamentos culturais anunciaram em comunicado, esta terça-feira que, apesar de se manterem abertos, vão antecipar os horários de espetáculos que costumavam acontecer mais tarde.
“Continuamos abertos, começamos mais cedo”, diz o comunicado, “de forma a permitir que o público possa cumprir o seu dever cívico de recolhimento”. A nota refere ainda que a oferta cultural continua “seguindo todas as regras de segurança de público e de todos os profissionais envolvidos”.
Várias salas partilharam o texto: desde teatros nacionais, como o D. Maria II, São Carlos e São João, a teatros municipais de Lisboa e do Porto. Também o Centro Cultural de Belém, o Theatro Circo, em Braga, o Cine-teatro Louletano, o Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra, e o Coliseu do Porto, entre outros, divulgaram a nota.
Para consultar o horário de um equipamento cultural específico deve dirigir-se ao respetivo website, adverte o comunicado. Os horários dos respetivos equipamentos culturais podem ser
No Teatro Nacional São João, no Porto, a única alteração será, por exemplo, que “as récitas previstas para as 21:00 passam para as 19:00”, avança fonte oficial da instituição que responsável pelo São João, o Teatro Carlos Alberto e o Mosteiro de São Bento da Vitória.
A Casa das Artes, em Vila Nova de Famalicão, antecipou os horários dos espetáculos aos fins de semana para as 20h45. Assim abrange o concerto de Tainá, na sexta-feira, e a peça “Para atravessar contigo o deserto do mundo”, no sábado.
O Teatro Experimental Flaviense, em Chaves, vai manter toda a programação e sessões de cinema previstas para este mês, mas deve antecipar todas as sessões noturnas para as 20h30.
A Festa do Cinema Italiano que vai decorrer no Cinema São Jorge, em Lisboa, antecipou os horários dos dias 4 a 12 de novembro para as 19h30. O Teatro Maria Matos segue o exemplo: na quarta-feira, dia 4 de novembro, Manel Cruz vai dar apenas um concerto às 20h30 em vez dos dois que estavam programas para as 18h30 e 21h30.
O Auditório de Espinho antecipou o espetáculo do espanhol Rodrigo Cuevas, que estava agendado para as 21h30 de sexta-feira, mas passa para as 21h00. Neste local, quanto aos próximos concertos, também deverão ser antecipados mas os horários ainda têm de ser ajustados com os músicos.
“Propor horários diferentes para espetáculos sempre esteve nas nossas intenções e já tentámos algumas experiências a esse respeito em tempos recentes, no sentido de alterar hábitos, mas, neste momento, a mudança vai causar-nos algumas dificuldades logísticas e de comunicação com os públicos. Em todo o caso, a outra hipótese seria cancelar alguns concertos, o que queremos evitar porque continuamos a defender que é possível assistir com segurança a um espetáculo”, explicou à Lusa o programador do auditório, André Gomes.
Fonte da Culturgest, em Lisboa, afirma que os eventos programados “mantêm os seus horários, visto que todos os espetáculos terminam antes das 22:30, com exceção das sessões das 21:30 do Doclisboa que foram antecipadas para as 19:00”.
A Fundação Calouste Gulbenkian também não vai fazer modificações, o que deve também acontecer em Castelo Branco. De acordo com o vereador da Cultura, Carlos Semedo, o Cineteatro Avenida vai continuar a fechar às 22h00. No entanto, o autarca explicou que a situação pode alterar-se se depois do dia 18 de novembro o concelho continuar a fazer parte da lista dos 121 concelhos com mais restrições, podendo os espetáculos terem de passar das 21h30 para as 20h00.
Algumas exibidoras contactadas pela agência Lusa adiantaram que estão à espera de um parecer da Inspeção-Geral das Atividades Culturais para tomar uma decisão em relação aos horários das salas de cinema. Os cinemas Ideal e Nimas, em Lisboa, já remarcaram a última sessão para mais cedo, com início às 20h00.
Recorde-se que em Portugal continental, no âmbito do estado de calamidade, há 121 concelhos cujos equipamentos culturais são obrigados a fechar às 22h30, como está descrito na Resolução de Conselho de Ministros publicada na segunda-feira, em Diário da República.