Nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, os autocarros turísticos serão um reforço à oferta de transportes públicos durante pelo menos três meses, na sequência de uma proposta divulgada em setembro pela Associação Nacional dos Transportes Rodoviários de Pesados de Passageiros (ANTROP). Para tal, serão investidos 1,5 milhões de euros para esta iniciativa, que deverá entrar em vigor já na próxima semana.
Na Área Metropolitana de Lisboa (AML), 300 autocarros são o número máximo de viaturas que podem ser utilizadas para reforçar a oferta – complementam o serviço da Comboios de Portugal (CP), Fertagus e Metro Transportes do Sul (MTS) -, ao passo que, na Área Metropolitana do Porto (AMP), este número desce para 200, sendo uma ajuda para a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP). Ao todo, podem ser utilizados até 500 autocarros entre as duas áreas metropolitanas.
A informação à população sobre a circulação dos veículos vai estar disponível nas paragens de autocarro ou nas estações ferroviárias, mas a utilização das viaturas varia. Na AML, para o caso da CP, os autocarros só vão ser utilizados de cinco em cinco minutos na hora de ponta da parte da manhã, entre as estações ferroviárias do Cacém e da Amadora, bem como entre as estações de metro da Pontinha, Sete Rios e Entrecampos. Já no que toca à Fertagus, os autocarros circulam diretamente entre a estação do Pragal e Lisboa, entre as 6h20 e as 8h00 – ao final da tarde, a circulação será feita entre as 17h10 e as 18h10. Na MTS, as viagens decorrem entre Corroios e Cacilhas, entre as 7h20 e as 8h00 – no sentido inverso, das 16h às 18h15.
Quanto à AMP, vão ser reforçadas 17 linhas nos seis municípios que são servidos pela STCP, nomeadamente Matosinhos, Porto, Valongo, Maia, Gondomar e Vila Nova de Gaia.
Nestes autocarros turísticos, recorde-se, a regra dos dois terços de lotação terá de ser cumprida, devido à pandemia de covid-19, que atirou centenas de motoristas de transporte de passageiros para o layoff convencional. Neste caso, são pelo menos 400 motoristas que vão voltar ao ativo, depois de terem estado cerca de oito meses a receber dois terços do salário mensal, segundo revelou esta quarta-feira aos jornalistas o líder da ANTROP, Luís Cabaço Martins.