Mariana Ferrer é um dos nomes mais falados dos últimos dias nas redes sociais, depois de várias imagens do julgamento da jovem contra André de Camargo Aranha, que a influencer acusou de a violar quando tinha 21 anos, durante uma festa em Florianópolis, no ano de 2018, terem sido partilhadas pelo The Insider Brasil. A influencer perdeu o caso contra o empresário de jogadores André de Camargo Aranha, considerado um homem bastante influente no Brasil, em setembro deste ano, quando este foi considerado inocente pelo Tribunal de Santa Catarina, apesar de existirem inúmeras provas a favor da influencer. Agora, as imagens do julgamento mostram o advogado da acusação a humilhar a jovem e a mostrar fotos sensuais da mesma para reforçar que o que tinha acontecido naquela noite entre a Mariana Ferrer e o seu cliente tinha sido consensual.
As imagens mostram o advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho durante o julgamento online a exibir fotos da jovem enquanto modelo profissional, tiradas antes de o crime ter ocorrido. Ao mostrar as fotografias de Ferrer, o advogado apelidou-as de "ginecológicas" e chegou mesmo a dizer que "jamais teria uma filha do nível" da jovem de 23 anos. Mesmo quando Ferrer começa a chorar, Gastão pede-lhe para parar com "o choro dissimulado, falso" e ainda com a sua "lábia de crocodilo".
Ferrer chorou várias vezes durante o julgamento e rara foi a vez em que o juiz do caso, Rudson Marcos, se intrometeu. “Excelentíssimo, eu tô implorando por respeito, nem os acusados são tratados do jeito que estou sendo tratada, pelo amor de Deus, gente. O que é isso?”. No vídeo partilhado pelo Intercept, a única vez em que Marcos se dirige a Mariana é para avisá-la que vai parar a gravação para que ela possa se recompor e tomar água e pede para o advogado manter um “bom nível”.
Ainda durante o julgamento, o advogado de acusação questiona Mariana sobre as publicações nas redes sociais onde esta alega ter sido drogada na noite da alegada violação, visto não se lembrar de muitos momentos da festa, e onde sublinha que era virgem até à data do crime, algo que foi provado pelo exame pericial. "Tu vive disso? Esse é teu criadouro, né, Mariana, a verdade é essa, né? É teu ganha pão a desgraça dos outros? Manipular essa história de virgem?”, questionou Cláudio Gastão.
Os internautas têm partilhado o vídeo nas suas redes sociais, onde defendem Ferrer e apelidam a postura de Gastão de "impensável" e "inaceitável". Outra das situações que deixou a comunidade online chocada foi a Justiça ter decidido que o empresário não tinha como saber, durante o ato sexual, que a jovem não estava em condições de consentir a relação, portanto a violação ocorreu "sem intenção" – uma situação que o jornal The Intercept Brasil apelidou de ‘estupro culposo’, uma expressão que está agora a ser utilizada bastante nas redes sociais – e os internautas revoltaram-se com a situação e mostraram-se do lado da influencer.
Ferrer alega que existem diversas provas a seu favor, tais como os áudios que esta enviou a três amigos na noite da festa, onde se mostra assustada com a presença de Aranha após ter descido as escadas do camarim onde o crime ocorreu, além dos depoimentos da sua mãe e do motorista de Uber que a levou até casa. Segundo a progenitora, Mariana não costumava beber e nunca tinha chegado a casa tão alterada como naquela noite. O motorista disse também que a jovem passou a viagem, desde a festa até casa, a chorar e a falar com a mãe ao telemóvel e parecia-lhe que esta estava sobre efeitos de droga.
Durante o processo já ocorreu diversas situações que revoltaram a counidade internacional como o desaparecimento de fotografias incriminatórias, a mudança da versão do acusado e mudanças no coletivo de juízes. O promotor defende a sua decisão e diz que os exames toxicológicos não reconheceram nem álcool nem drogas no sangue de Mariana naquela noite e na existência de imagens de Mariana captada pelas câmaras de rua, onde esta parece estar sóbria. O juiz Rudson Marcos concordou com a tese do promotor e afirmou que é “melhor absolver 100 culpados do que condenar um inocente”. A defesa de Mariana recorreu da decisão.