A PRO.VAR reagiu negativamente às decisões do Governo para combater a evolução do novo coronavírus no país, acusa-o de "paralisar quase por completo" o setor da Restauração e pede para que seja aberto um Gabinete de Crise destinado a apoiar o setor "que está à beira da bancarrota", segundo uma nota enviada às redações.
Na opinião da associação que defende os direitos dos restaurantes portugueses, "o Governo esconde com palavras uma estratégia muito bem definida" e que apesar de os restaurantes não terem de fechar portas esta fase "não deixa ser um encerramento de porta aberta" visto os restaurantes continuarem abertos," mas completamente vazios". Em causa está a proibição de circulação, nos concelhos determinados com risco elevado, em espaços e vias públicas aos sábados e domingos entre as 13h00 e as 05h00.
Para tornar mais forte o seu argumento, a PRO.VAR realizou um inquérito onde avaliou o impacto das restrições impostas entre os dias 30 de outubro e 3 de novembro em 676 estabelecimentos. Segundo a associação os estabelecimentos apresentaram perdas de faturação estimadas em 60 milhões de euros, em apenas 5 dias. "Os números falam por si, 90,1% dos restaurantes apresentam agora perdas superiores a 50% da faturação e um dado ainda mais preocupante, quase metade dos restaurantes (48,1%), sentem perdas superiores a 90% da faturação homóloga", pode ler-se na nota.
"Depois de seis meses perdidos o setor da Restauração depositava uma réstia de esperança neste último trimestre, as medidas agora conhecidas, entre as quais, a eliminação das agendas dos Restaurantes dos fins de semana e que prevemos que continue até ao final do ano, vieram acrescentar ainda mais dificuldades, imprevisibilidade e incertezas ao negócio", lamenta ainda a associação, questionado, no final do comunicado, a eficácia das medidas de apoio a fundo perdido anunciadas pelo Governo há dias.