Foram identificados lotes de sementes de sésamo originários ou expedidos da Índia com níveis "muito elevados" de óxido de etileno e que constituem um "risco grave" para a saúde, alertou, esta sexta-feira, a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).
"Foram identificados em setembro de 2020, e notificados através do sistema de alerta rápido para os géneros alimentícios e alimentos de animais […] níveis muito elevados de óxido de etileno no que respeita a determinados lotes de sementes de sésamo originários ou expedidos na Índia e que entraram na União Europeia", revela a DGAV, que alerta para o facto de os níveis identificados serem mil vezes superiores ao limite máximo de resíduos aplicável, constituindo assim um “risco grave para a saúde humana".
“Esta contaminação constitui um risco grave para a saúde humana uma vez que o óxido de etileno está classificado como mutagénico da categoria 1B, cancerígeno da categoria 1B e tóxico para a reprodução da categoria 1B”, lê-se.
Assim, a DGAV pede que os operadores económicos que realizem ou tenham realizado autocontrolo de remessas de sementes de sésamo (gergelim) provenientes da Índia devem remeter os resultados das mesmas para rasff@dgav.pt e secDSMDS@dgav.pt. “Em função do nível de resíduos detetado a DGAV informará com a maior brevidade possível das ações a tomar”, refere.
"Em todos os casos não conformes, devem as mesmas ser destruídas não podendo ser destinadas a diluição ou transformação para a alimentação humana ou animal", explica a DGAV.
Já os importadores devem acautelar que as sementes que pretendem importar cumprem as condições estabelecidas nos regulamentos europeus no que diz respeito ao risco de contaminação por resíduos de pesticidas: “Ou seja, devem ser acompanhadas de boletim analítico e certificado oficial emitido pela Autoridade Competente da Índia que ateste que os produtos foram sujeitos a amostragem e análise”.
As remessas devem ser apresentadas nos postos de controlo fronteiriços.