Apoiar ou não Donald Trump, eis a questão

Com a iminente saída da Casa Branca, republicanos posicionam-se contra ou a favor de Trump.

Depois da vitória de um presidente democrata, os senadores republicanos ficaram com uma batata quente na mão: devem continuar a apoiar, ou não, Donald Trump.

É possível observar esta divisão no partido por quem, até ao momento, já reconheceu Joe Biden como o novo líder do país, onde se destacam figuras como o único republicano vivo que sabe o que é viver na Casa Branca.

Horas depois de terem sido revelado os resultados, o ex-presidente George W. Bush, ligou ao vencedor das eleições e à nova vice-presidente Kamala Harris para os congratular pelos resultados.

A CNN cita o ex-presidente, afirmando que, apesar de este ter dito que Trump tem o direito para recontar os votos e procurar medidas legais para revogar o resultado, a vitória de Biden é clara. «O povo americano pode confiar que estas eleições foram fundamentalmente justas, a sua integridade será mantida e o resultado é claro”.

Mas Bush é uma carta fora do baralho do partido republicano, já não tem o poder de tomar decisões dentro do partido. Vamos falar dos políticos que apoiaram Trump e que já reconheceram a vitória de Biden. O governador de Ohio, Mike DeWine, que apoiou o segundo mandato de Trump, afirmou ao canal noticioso americano que «é necessário considerar o ex-vice Presidente como o Presidente eleito», sentimento refletido também por Chris Sununu, governador de New Hampshire.

O atual senador republicano com mais anos no poder, Chuck Grassley, do Iowa, mencionou que Joe Biden devia começar a fazer parte das reuniões confidenciais da Casa Branca.

Ainda é possível citar outros senadores que, uma vez que não apoiaram a recandidatura de Trump, puderam dar os parabéns ao democrata, como Mitt Romney, candidato à presidência dos EUA em 2012, Susan Collins, Lisa Murkowski, Ben Sasse, ou James Lankford do Oklahoma.

Até o padre evangélico Robert Jeffress, um vocal apoiante de Donald Trump, pediu aos apoiantes do ex-presidente para «rezarem por Joe Biden».

 

Presidente democrata, mas senado republicano

Apesar da aparente divisão e afastamento entre o senado e o presidente, os republicanos continuam a fazer de tudo para garantir a maioria no senado, e não estão muito longe de o conseguir. Depois de terem conquistado mais uma vitória no Alasca, estão apenas a um lugar de se conseguir impor na câmara alta. 

O senador Lindsey Graham, também apoiante de Trump, disse à Fox News que iria doar 500 mil dólares (cerca de 423 euros) para ajudar os processos jurídicos do ex-presidente e ofereceu aos senadores da Georgia um milhão de dólares (aproximadamente 845 mil euros) para garantir a vitória neste estado.

Esta doação não é por acaso, o Estado da Geórgia irá realizar uma eleição extraordinária para o Senado no dia 5 de janeiro uma vez que nenhum dos candidatos teve mais de 50% dos votos. O resultado desta eleição poderá oferecer a cadeira que os republicanos tanto ambicionam.

Trump continua com vozes poderosas e influentes a apoiarem a sua estadia no poder, como os senadores Ted Cruz ou Tommy Tuberville, mas nenhuma é tão determinante como a de Mitch McConnell, líder da maioria no Senado, e que afirmou que este tem todo o direito a desafiar os resultados e de investigar possíveis irregularidades.