A covid-19 voltou a atacar os políticos britânicos. Depois de uma breve reunião entre o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e deputados, os intervenientes foram alertados que um dos presentes testou positivo para a covid-19.
Após ter contraído coronavírus em abril, Boris Johnson está novamente em isolamento, mas continua a desempenhar as funções oficiais. “Ele vai continuar a trabalhar a partir de Downing Street, inclusive a liderar a resposta do Governo à pandemia”, pode ler-se no comunicado lançado pelo Governo.
Segundo a agência de notícias Reuters, Johnson não apresenta nenhum sintoma de ter contraído a doença e, num vídeo partilhado pelo próprio no Twitter, afirma estar a sentir-se bem.
“Não tenho sintomas, mas estou a seguir as regras e estarei a trabalhar a partir do número 10 [residência oficial do primeiro-ministro], enquanto continuo a liderar a resposta do Governo à pandemia”, pode ler-se na sua conta oficial.
O deputado que testou positivo foi Lee Anderson e, após a reunião acima referida, posou com o primeiro-ministro numa fotografia onde ambos se apresentavam sem máscara e sem cumprir o distanciamento de segurança.
Um contexto delicado Esta notícia chega numa altura sensível para os políticos britânicos, já que o Reino Unido está a meio de importantes negociações do acordo do Brexit com a União Europeia.
Os britânicos afirmam que “não vão mudar” de posição, segundo o ministro Michael Gove, em relação a tópicos como a resolução de diferendos no futuro acordo e acesso dos pescadores da UE a águas do Reino Unido, que são assuntos bloqueados nas negociações entre Londres e Bruxelas.
“Essa foi a nossa posição constante desde o início e não vai mudar”, escreveu o negociador David Frost no Twitter, antes dos encontros com o negociador da UE para o Brexit, Michel Barnier.
Continuar a combater o vírus A Inglaterra está atualmente a cumprir um período de confinamento, com lojas não essenciais encerradas, embora as escolas e universidades continuem abertas e o teletrabalho seja recomendado. Estas medidas vão continuar até 2 de dezembro, altura em que o Governo irá rever a situação de saúde antes de decidir se levanta ou estende restrições.
Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte também mantêm várias restrições para conter a propagação do vírus.
O Reino Unido é o sétimo país do mundo com mais casos de covid-19 e o terceiro na Europa.
No resto do Velho Continente, os países procedem com cautela e endurecem as medidas de segurança para prevenir o aumento de casos.
A chanceler Angela Merkel anunciou novas medidas para combater a pandemia, como utilização de máscaras em todas as escolas, reduzir o tamanho das turmas, restringir o contacto entre alunos e proibição de festas privadas até ao Natal.
A Alemanha iniciou uma nova vaga de restrições este mês, fechando restaurantes, espaços culturais e instalações de lazer para combater a disseminação da covid-19.
A Áustria foi um dos últimos países a anunciarem um confinamento mais rígido, depois de reportar um grande aumento de infeções.
Segundo o chanceler do país, Sebastian Kurz, o objetivo destas medidas é alcançar uma “redução substancial” das infeções, reduzir as hospitalizações e salvar as férias de Natal para as famílias e empresas.