Sinceramente

Uma decisão é tão melhor tomada quanto maior for a quantidade, qualidade e disposição para partilhar o conhecimento que dispomos em torno da questão enfrentada.

De um ponto de vista geral, a maior parte das decisões da vida tendem a ser escandalosamente simples, na medida em que, se analisadas por nós com honestidade e frontalidade, se tornam óbvias.

Uma decisão é tão melhor tomada quanto maior for a quantidade, qualidade e disposição para partilhar o conhecimento que dispomos em torno da questão enfrentada. Quer isto dizer que uma boa decisão depende diretamente do grau com que nos conhecemos a nós próprios e do grau de objetividade com que analisamos as circunstâncias que nos rodeiam. Principalmente no que ao indivíduo diz respeito, conhecermos e contrariarmos as nossas manias e muletas quotidianas é essencial para mudarmos o resultado que pretendemos. Um bom exemplo disso é alguém, perante um problema de saúde relacionado com o seu peso saber que recorre a comida e refeições extra perante situações de maior stress como escape, e por esse motivo, assegurar que a sua despensa está repleta de alimentos variados e saudáveis (para evitar tentações), e procurar na música, meditação ou desporto uma alternativa viável.

O mesmo se aplica a uma equipa. Um qualquer coletivo é naturalmente mais complexo na relação interpessoal dos seus elementos, e por isso requer uma especial política comum de frontalidade e de exposição construtiva e não censurada das naturalmente diferentes formas de pensar os objetivos. Imaginem agora um grupo de trabalho no qual metade dos elementos procura apenas concluir o objetivo o mais rapidamente possível, enquanto que outra metade procura apresentar um resultado com a maior qualidade possível. Se não for claro o objetivo dos intervenientes o grupo será disfuncional, e o trabalho não será realizado no tempo nem na qualidade pretendidas. Mais simples ainda será imaginar uma equação: o grau de complexidade da resolução do problema irá depender do número de incógnitas e da quantidade de informação disponível existente. Sem tais condições, a equação não se resolve.

Tal como as equações, as nossas vidas são, em muitos aspetos, uma incógnita. A solução reside na nossa capacidade para empaticamente encontrarmos o equilíbrio na nossa relação interpessoal com os nossos familiares, amigos ou colegas de trabalho. Sinceramente é a única forma viável de alguém, perante os seus pares, cumprir mais rapidamente os requisitos para a sua elevação a novos desafios.

É provável que a disposição para a sinceridade e frontalidade varie entre a do leitor e a dos restantes indivíduos, e que alguns desafios possam não ter solução a curto prazo.

Novos desafios, com novas soluções, requerem novas incógnitas. Na vida um maior preenchimento, satisfação e sucesso, pessoal ou profissional, requer frequentemente que alteremos os círculos sociais que frequentamos e com eles a disposição para que estes atuem como o leitor: sinceramente.