Um estudo da Universidade de Aveiro (UA) concluiu que “as temperaturas da Península Ibérica vão aumentar de forma “muito preocupante” durante este século e, em Portugal, há mesmo regiões que poderão registar aumentos de 4 a 5 graus centígrados nas máximas diárias”.
“Daqui a algumas décadas, poderemos ter três meses por ano com temperaturas máximas diárias são acima de 40, se bem que esta tendência é mais predominante no centro-sul de Espanha e não tanto para Portugal”, admite David Carvalho, cientista do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da UA que coordenou o estudo.
“O número de dias por ano com temperaturas máximas acima dos 40 graus centígrados poderão aumentar até cerca de 50 dias por ano no final deste século”, antevê ainda o cientista.
Estes aumentos, caso se venham a comprovar, “trarão de certeza consequências significativas para a saúde humana, mas principalmente para o meio ambiente e em áreas como a agricultura, os fogos florestais, a desertificação ou a seca”.
A emissão para a atmosfera de grandes quantidades de gases com efeito de estufa, como é o caso do dióxido de carbono e do metano, "está entre as principais causas do aumento de temperatura a que já se está a assistir, e que será amplificado nas próximas décadas".
"O único caminho a seguir será gastar menos energia e recursos e ao mesmo tempo gerar a energia de que necessitámos sem emissão de gases com efeito de estufa", conclui David Carvalho.