Depois de ter sido suspenso do Labour durante três semanas, Jeremy Corbyn foi novamente readmitido no partido, mas não será autorizado a sentar-se na bancada parlamentar trabalhista.
O antigo líder do Partido Trabalhista viu-se com os pés fora do partido depois de ter considerado que as acusações à principal força da oposição no Reino Unido por atos antissemitas foram “exageradas” por rivais políticos dentro e fora do partido e pela comunicação social.
“Estou satisfeito por ter sido reintegrado no Partido Trabalhista e gostava de agradecer aos elementos do partido, aos sindicalistas e a todos os que manifestaram solidariedade”, escreveu ontem Corbyn, no Twitter.
Críticas da comunidade judaica A reintegração do histórico líder do Labour foi amplamente criticada pela comunidade judaica.
O Movimento Trabalhista Judaico condenou a decisão afirmando que Corbyn “não fez nenhum pedido de desculpas por ter falhado em lidar com o antissemitismo do partido”. A sua readmissão apenas servirá para “encorajar aqueles que concordaram com ele”.
“Mais uma vez somos obrigados a relembrar que não é Corbyn que está a ser alvo do antissemitismo do Labour”, cita o Guardian. “Os membros judeus [é que são os visados]”.
O “castigo” do Labour O sucessor de Corbyn e atual líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, decidiu que o político irá ficar de fora do grupo parlamentar na sequência desta controvérsia.
“As ações de Jeremy Corbyn em resposta ao relatório da EHRC [Comissão de Igualdade e Direitos Humanos] minaram e atrasaram o nosso trabalho de restaurar a confiança na capacidade do Partido Trabalhista de combater o antissemitismo”, escreveu Starmer no Twitter.
Várias organizações, como o Conselho de Deputados dos Judeus Britânicos e o Conselho de Liderança Judaica, entendem a readmissão de Corbyn como um “passo retrógrado” e reiteraram a necessidade de “tolerância zero, seja para antissemitas ou apologistas”.
As queixas Corbyn foi suspenso por ter criticado o relatório da comissão, publicado no final de outubro, onde se afirmava terem sido encontrados “atos ilegais de assédio e discriminação” antissemita durante a liderança de Jeremy Corbyn entre 2015 e 2020.
O relatório afirmava ter encontrado “falhas significativas na maneira como o Partido Trabalhista lidou com as queixas de antissemitismo”.
Na terça-feira, Corbyn procurou clarificar as declarações anteriores, divulgando um comunicado no qual admitia que “as preocupações com o antissemitismo não são exageradas nem sobrestimadas”.
“O que eu queria dizer era que a vasta maioria dos membros do Partido Trabalhista eram e continuam sendo antirracistas empenhados e profundamente opostos ao antissemitismo”.