A assembleia geral da Media Capital elegeu, esta terça-feira, Mário Ferreira, dono da Pluris, como novo presidente da empresa para o ano 2020-2022, mesmo contra a vontade da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), que disse ter "fundadas dúvidas sobre a identidade" dos acionistas da dona da TVI e que poderia vir a não reconhecer as decisões da assembleia-geral.
Noutras decisões, Paulo Gaspar do grupo Lusiaves do foi eleito vice-presidente do grupo. Integram ainda o novo Conselho de Administração da Media Capital, composto por nove membros efetivos, Cristina Ferreira, apresentadora e diretora de entretenimento e ficção da TVI, Avelino Gaspar (Lusiaves), Luís Cunha Velho (que era presidente interino da Media Capital), João Serrenho (CIN), Miguel Osório Araújo (ex-quadro da Sonae), Rui Freitas (Zenithodyssey) e Paula Ferreira (Pluris Investments).
Na presidência do Conselho Fiscal fica Sofia Cerveira Pinto e Avelino Gaspar preside à Comissão de Remuneração dos órgãos sociais.
No entanto, a ERC tinha suspendido de forma imediata os direitos de voto dos novos acionistas da dona da TVI, o que acabou por não acontecer.
Isto porque, o regulador dos media considera que existem “fundadas dúvidas” sobre a identidade dos efetivos titulares das participações qualificadas da Media Capital. Ainda assim, a ERC deu dez dias para os acionistas “apresentarem provas ou tomarem medidas com vista a assegurar a transparência da titularidade das participações qualificadas”.
Caso isso não aconteça, procede-se “à suspensão imediata do exercício dos direitos de voto” e “à suspensão imediata dos direitos patrimoniais inerentes às participações qualificadas em causa”.
A ERC delibera também que os direitos patrimoniais terão de ser depositados num banco, “sendo proibida a sua movimentação durante a suspensão”.