Meghan Markle revelou que sofreu um aborto espontâneo no passado mês de julho.
Num artigo de opinião publicado esta quarta-feira no New York Times, a duquesa de Sussex faz um relato emotivo deste episódio da sua vida. “Eu sabia, enquanto agarrava o meu primeiro filho, que estava a perder o meu segundo filho”, revelou.
“Era uma manhã de julho que começou como qualquer outro dia: fazer o pequeno-almoço, dar comida aos cães, tomar as vitaminas, encontrar aquela meia perdida”, começou por contar.
Meghan explica que foi no momento de trocar a fralda a Archie, de um ano, que sentiu um cãibra, que a fez cair no chão com o bebé. Com o filho nos braços, Meghan começou a cantar uma música de embalar para que ambos permanecessem calmos. “A melodia alegre contrastava fortemente com a minha sensação de que algo não estava certo”, escreveu, revelando que horas mais tarde estava numa cama de hospital a “segurar as mãos do marido”.
"Horas depois, estava numa cama de hospital, a segurar na mão do meu marido. Senti que a palma da mão dele estava húmida e beijei os seus dedos, molhados com as nossas lágrimas. Ao olhar para as paredes de um branco frio, os meus olhos bloqueram. Tentei imaginar como me iria curar", relatou, referindo que tentou ajudar Harry, que tinha o “coração partido”, enquanto lidava com a sua própria dor.
Meghan descreve o sucedido como “carregar uma dor quase insuportável” – algo que acontece a muita gente mas que continua a ser um tabu.
“Na dor da nossa perda, eu e o meu marido descobrimos um quarto com 100 mulheres, em que 10 a 20 tinham sofrido um aborto espontâneo. No entanto, apesar da impressionante semelhança dessa dor, a conversa continua tabu, cheia de vergonha (injustificada) , perpetuando um ciclo de luto solitário”, sublinhou no artigo, intitulado “As perdas que partilhamos”.
A propósito do tema, a duquesa de Sussex recordou a sua polémica resposta ao jornalista Tom Bradby, que a acompanhou a ela e ao marido numa viagem à África do Sul, em 2019. Na altura, Meghan não conseguiu evitar as lágrimas depois de o jornalista lhe perguntar se estava bem: “Obrigada por perguntar, poucos me perguntaram isso”, respondeu.
Este acontecimento mereceu destaque da duquesa, não pela resposta, mas pela pergunta. "Está tudo bem?". Meghan percebeu que a única maneira que tinha para se curar era fazer continuamente esta questão a si própria