Talvez os Ocidentais tenham sido muito gulosos e pouco prudentes, ao quererem integrar os membros do antigo e soviético Pacto de Varsóvia. Ou talvez alguns elementos dessa zona da Cortina de Ferro, como o Solidariedade polaco e o seu líder Lech Walesa o merecessem na altura.
Mas a verdade é que hoje não só achamos que a Polónia e a Hungria merecem muito pouco estar na UE, como acabam por prejudicar os seus elementos com valores ocidentais – e que são a sua esmagadora maioria.
Neste momento, acho que o mais sério a fazer pela UE é deitar para fora de si a Polónia e a Hungria, cuja maioria da população mostra bem, pelo seu voto claro, ser formatada pelo Pacto de Varsóvia, e ser realmente muito mais soviética do que ocidental. Não vale a pena contrariá-las nos seus valores sobre migrações (embora possamos pensar que são de memória curta e pouco coerentes), mas apenas afastá-las. Aquela hipótese que tem sido falada das cooperações reforçadas, que Merkel tem querido evitar, nem me parece já suficiente. Talvez usar o art. 2 para os expulsar, como sugeriu Rui Tavares.
Já se percebeu que qualquer interferência externa a favor de uns e contra outros só favorece populismos nacionalistas contrários ao que se pretende.
Quanto a devolverem-nos o que levaram de cá, será outro problema a encarar. Como igualmente defender da forma possível, os que pareciam realmente democratas, como Lech Walesa e os seus.