por Pedro d'Anunciação
As autoridades do Pais (PR, Governo, autarquias, etc.) parecem pretender lutar contra a pandemia do Covid 19 de uma maneira impossível: com o Sol na eira e a chuva no nabal. De resto, parece ser também esse a atitude da UE, que as autoridades políticas portuguesas seguem.
No caso, querem-se tomar medidas sanitárias, e ao mesmo tempo garantir uma circulação máxima de turistas, provavelmente infecciosos e a infectarem toda a gente, de modo a garantir a melhor economia nacional, pelo menos através dos restaurantes e hotéis. Nem entendo que essa gente ainda se queixe do que aqui se passa (alguém perceberá a manifestação de ontem, aparentemente contra quaisquer medidas sanitárias, e sem ter em conta que sem gente viva não haverá clientela futura?). É óbvio que as autoridades estão a fazer tudo por eles, e se não lhes sai melhor, é porque há muita gente com medo, por serem necessárias também as medidas sanitárias (que pelos vistos os manifestantes abominam).
Mas afinal o que queriam? Que as autoridades não ligassem nenhuma ao Sol na eira, e se preocupassem apenas com a chuva no nabal? E não entenderão que não pode haver economia sem gente com um mínimo de saúde?
Eu preferia apenas medidas sanitárias: o tal Sol na eira.
Será possível chegar a algum lado com esta actuação excessivamente dualista? Sabe-se que Taiwan acabou com a doença, proibindo a entrada de todos os estrangeiros (imagine-se o que fariam os hoteleiros e gente dos restaurantes se por cá fosse igual), e não deixando-os entrar à vontade e andarem pelo País – como cá, sem ninguém agradecer, porque nunca chega às expectativas anteriores.
Achando difícil o objectivo dualista prosseguido, em Portugal e na UE, vejo ser um objectivo que não agrada a ninguém – e vai deixar tudo zangado. Zangados e com Pandemia?