Brian Gray, de 48 anos, Santino Carter, de 38 e Dominique Beck, de 29, foram acusados, cada um, do crime de homicídio qualificado de Frederick Johnson – de 43 anos – em Englewood, Chicago, no passado mês de junho. Na quarta-feira, foram acusados de homicídio qualificado.
Sublinhe-se que Beck e Carter enfrentam uma acusação de negligência enquanto cuidadores formais – função que desempenharam durante dois anos -, pois segundo informações avançadas pelo Chicago Sun-Times, Johnson foi espancado até à morte por ter defecado na sala de estar. Sabe-se que, para além da patologia suprarreferida, o homem padecia igualmente de bipolaridade e epilepsia e, horas antes do crime, o casal tentou expulsá-lo do domicílio.
A vítima foi encontrada deitada no chão da garagem do seu domicílio, na zona do South Side, com "múltiplos ferimentos na cabeça" pelas 2h45 da madrugada do dia 25 de junho, tendo sido declarado o óbito da mesma por uma equipa do centro médico da Universidade de Chicago. Os detetives que investigaram o caso, inicialmente, começaram a tentar encontrar suspeitos assim que o resultado da autópsia foi veiculado com a hipótese de que Johnson havia sido morto em cenário de um alegado assalto.
O Sun-Times elucidou também que em agosto, dois meses após o assassinato, uma testemunha contactou as autoridades e implicou Carter, Beck e Gray na morte de Johnson, afirmando que esteve com Carter no veículo deste no dia 25 de junho quando Beck telefonou ao homicida e o informou de que Johnson havia defecado na sala de estar e que a empurrava quando ela tentava impedi-lo de continuar a fazê-lo. Deste modo, já na casa dos arguidos e da vítima, a testemunha viu Johnson ser obrigado a dobrar-se e a tocar com os dedos das mãos nos dedos dos pés e a ser "punido durante horas, a ser agredido com correntes de metal e um pau de madeira quando não obedecia" àqueles que viriam a ser os seus assassinos.
Na mesma noite, a testemunha supostamente assistiu a Carter entrar na sala onde Johnson estava enquanto empunhava um martelo. A testemunha ouviu o martelo a "atingir algo", Johnson "gemeu de agonia", mas foi dormir – passando a noite no cenário do crime – quando foi acordada por uma conversa entre os homicidas, sendo que Carter pedia a Gray que o ajudasse a lavar Johnson e a mudar-lhe de roupa. O mesmo foi posteriormente arrastado em redor da casa, sendo colocado na garagem pois "já não conseguia ficar de pé ou andar sozinho". A testemunha explicou também que ela e Gray chamaram o 911, o número de emergência, mas que tal como Gray já havia dito aos agentes da polícia, Johnson "ainda estava vivo" quando o arrastaram até à garagem. O Sun-Times adiantou que Gray recebeu 100 dólares (cerca de 83 euros), de Carter, para eliminar os vestígios de sangue da habitação. As autoridades adiantaram que Beck confessou que, antes do crime, obrigava Johnson "a beber água da sanita e a carregar livros pesados durante horas".
Carter e Gray foram presos sem fiança e a de Beck está estipulada num milhão de dólares (aproximadamente 836 mil euros). Os homicidas serão ouvidos novamente no próximo dia 14 de dezembro.