Mais de uma centena de pessoas reuniram-se ontem em frente à Assembleia da República para mais um protesto organizado pelo movimento Sobreviver a Pão e Água. Este foi o quinto dia em greve de fome cumprido pelos 9 empresários da restauração e da noite que estão desde sexta-feira acampados em frente à Assembleia da República.
A par das manifestações, o movimento criou uma petição pública que já conta mais de 40 mil assinaturas. No documento, pode ler-se que, por estarem desde dia 16 à espera de resposta para reunir com o primeiro-ministro e o ministro da Economia, vêm “requerer uma audiência com a máxima urgência. Porque a situação é urgente. Porque no final deste mês, muitos os que de nós não fecharam ainda, terão de fechar as suas portas. Despedir equipas. Porque merecemos respostas. Merecemos respeito. Merecemos que nos ouçam e nos respondam. Porque nos erguemos quando nos pediram, pedimos agora que se ergam também”. Além da suspensão da TSU, da descida do IVA em 2021 e da suspensão do pagamento à Segurança Social até junho do ano que vem, os manifestantes lutam pelo fim do confinamento e das restrições de fim de semana.
“Nós, a restauração, o turismo, a hotelaria, os bares, as discotecas, a cultura, ouvimos o apelo. Fechámos portas quando assim foi preciso e reabrimo-las, reinventados, quando assim nos foi permitido. No entanto, são portas abertas ao vazio. Um vazio criado pelo medo, pelas restrições, pelo desconhecimento”, pode ainda ler-se na petição.
Durante a manifestação, foram vários os líderes políticos que fizeram questão de estar presentes, embora “a título pessoal”, como referiu o líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos. Ljubomir Stanisic, um dos rostos do movimento, agradeceu ao centrista a sua presença mas voltou a afirmar que esta manifestação é apartidária e por isso pediu que não falasse “lá dentro de questões partidárias”.
Também o deputado da Iniciativa Liberal João Cotrim Figueiredo fez questão de se deslocar até à Assembleia da República para demonstrar a sua solidariedade para com os que estão a acampar e sem comer há cinco dias.
Na noite de segunda-feira, também o cantor GSon, da banda Wet Bed Gang, a cantora Bárbara Bandeira e Kasha, integrante dos D.A.M.A, se juntaram aos manifestantes para lhes “aquecer o coração”, disse José Gouveia num vídeo em direto partilhado no Instagram.
Os empresários afirmam que continuarão em protesto até o Governo aceitar reunir.
No Porto No porto, o movimento Mulheres pela Restauração também fez questão de se manifestar, mas ao contrário da versão da capital, os protestos não incluíam greve de fome. Branca Pereira, representante do movimento, afirmou que no local vão ficar durante 24 horas 6 empresários que depois serão revezados. No entanto, na noite passada a vigília viu-se interrompida por falta de tendas. Também no município e devido à crise pandémica fecharam os históricos cafés Majestic e Guarany.