A ministra da Saúde, Marta Temido, revelou, esta quarta-feira, que o Governo prevê gastar 200 milhões de euros em vacinas contra a covid-19.
“Aquilo que estimamos que possa vir a ser o montante global associado às vacinas para o nosso país poderá atingir os 200 milhões de euros e ultrapassar as 22 milhões de doses de vacinas”, disse Marta Temido aos jornalistas, depois de uma reunião da task force formada para delinear o plano de vacinação contra a covid-19, que será apresentado na íntegra esta quinta-feira à tarde.
De acordo com a governante, a vacina deverá chegar ao país no início de janeiro e será facultativa, gratuita e integrada no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
A ministra admite que há muita “expectativa” em torno do processo, mas relembra que é preciso "muita cautela e muita observância daquilo que são as regras", uma vez que o processo de vacinação será longo.
“O processo de vacinação vai ser um processo longo, não vai ser um processo que se concretizará num único dia ou sequer num período de tempo muito curto”, referiu. “Como tal, durante vários meses do ano que vem teremos de garantir que não nos afastamos daquilo que é o cumprimento das regras que nos habituámos a manter até que possamos garantir a distribuição das vacinas que estimamos que possam ser disponibilizadas a partir do início do novo ano no nosso país”, acrescentou.
Marta Temido admitiu ainda que deverão existir duas fases no plano de vacinação, com um momento inicial de escassez.
"Admitimos que no primeiro trimestre tenhamos ainda alguma escassez de vacinas, que justificaram a seleção de grupos de populações-alvo ou prioritárias, em Portugal e nos outros países. Depois, ao longo de países, teremos cenários de maior disponibilidade de vacinas no mercado nos países que levarão a outras soluções. Num cenário extremo, de final do ano, é equacionável que haja uma distribuição muito mais descentralizada do que num momento inicial", disse.
Quanto às”muitas” incertezas, no processo de vacinação, a ministra da Saúde sublinhou três: O facto de ainda não serem “conhecidos os resultados clínicos da fase três” e, por isso, as vacinas ainda não estão avaliadas pela Agência Europeia do Medicamento. As duas vacinas em causa são a da Pfizer, com uma reunião decisiva 29 de dezembro, e da Moderna, a 12 de janeiro. Há ainda incertezas relacionadas com os ensaios clínicos, nomeadamente a duração da imunidade da vacinação ou a sua eficácia em algumas faixas etárias, e é também uma incerteza a disponibilização da entrega das vacinas.